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A possível ligação de um dos quatro policiais civis presos pela Polícia Federal (PF) na Operação Jockey com o caso de pedofilia deflagrado em junho pela Operação Navalha na Carne, da Polícia Civil, indica a existência de uma rede antiga de extorsão em Curitiba.

Quinta-feira, os policiais foram presos ao intermediar uma transação de drogas num bar do bairro Hauer. No porta-malas da viatura descaracterizada que estava com os policiais, a PF encontrou 10 quilos de cocaína, além de pedras de crack e buchas de maconha e haxixe. No bolso de cada um dos policiais havia entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, totalizando aproximadamente R$ 10 mil, resultado da negociação da droga. Outras dez pessoas foram presas na operação. Além de extorsão, o grupo é acusado de tráfico de drogas, formação de quadrilha e latrocínio (assalto seguido de morte).

A corregedoria da Polícia Civil (PC) confirma que o investigador José Augusto Mendes Paredes, 37 anos, que nos últimos meses cumpria expediente no recursos humanos da instituição, é um dos nomes arrolados no processo de pedofilia e extorsão que corre na 9.ª Vara Criminal.

Segundo a acusação do caso de pedofilia, uma mulher era responsável por agendar encontros de homens com menores de idade e comunicar os policiais. Eles flagravam o crime, com toda a ação filmada e fotografada, e depois cobravam propina do acusado.

Já no caso do roubo no Jockey, os cinco criminosos foram ao local para extorquir dinheiro de um grupo de jogadores de carteado. Na ocasião, os criminosos usavam coletes da PC e aproveitaram para levar dinheiro, celulares e jóias dos freqüentadores do Jockey, além de um malote com R$ 30 mil.

Agora a PF investiga se os coletes e as armas usadas na ação foram fornecidos pelos policiais detidos. Ao serem abordados por uma viatura da Polícia Militar, um dos 14 presos de quinta-feira, de nome Marcelo (o sobrenome não foi divulgado) teria disparado o tiro que matou o cabo Júlio César Bales.

Outras acusações

Além dessas duas, Paredes responde por outras acusações. De acordo com nota oficial emitida pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), Paredes tem contra si uma proposta de demissão emitida pelo Conselho da Polícia Civil por abandono de emprego. A Sesp divulgou também o nome dos outros policiais presos pela Polícia Federal. São eles os investigadores Paulo Sérgio Ferreira e Gilson de Oliveira, ambos do 11.° Distrito Policial, da CIC, além do também investigador Nelson Luiz Lopes, da Delegacia do Adolescente de Curitiba.

Os policiais civis serão também investigados pela corregedoria da PC, que vai encaminhar o processo ao Conselho da corporação. Para efetuar a prisão, a PF contou com o apoio da própria Polícia Civil, via Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), e da PM, por meio da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) e da P2 do Regimento de Polícia Montada (o serviço reservado da PM).

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