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Mesmo identificando os ladrões e muitas vezes até os detendo, comerciantes e funcionários do calçadão da Rua XV preferem não levar os casos à polícia. Dos seis estabelecimentos visitados pela reportagem, nenhum faz queixas à polícia. "Não resolve nada. Já teve caso de o cara que roubou a loja sair da delegacia antes de mim, que fui dar queixa", aponta o gerente de uma loja de roupas. No roubo mais recente no estabelecimento, 20 blusas foram levadas semana passada, gerando prejuízo de R$ 800.

Em outra loja de roupa, há até um caderno com fotos de 60 pessoas que já praticaram furtos no estabelecimento. "Não deixamos essas pessoas entrar", informa a gerente. Mesmo assim os casos não são denunciados à polícia. "Se nossos funcionários denunciassem esses casos diários, eles perderiam o dia de trabalho, porque o atendimento na polícia é muito devagar", relata a gerente.

Já a gerente de uma terceira loja de roupa diz que as vendedoras temem informar a própria segurança do estabelecimento quando presenciam um furto. "Elas são ameaçadas quando o ladrão percebe que elas presenciaram o furto. O medo delas é de serem agredidas na rua, após o expediente", aponta.

O superintendente do 1º Distrito Policial, que atende o Centro, Adolfo Rosevicz Filho, informa que a demora no atendimento é porque a polícia precisa reunir o máximo de informações para instaurar o inquérito. "O procedimento é detalhado, temos que juntar o máximo de informações", afirma.

Já a saída do acusado da delegacia antes da pessoa que fez a queixa ocorre, segundo a polícia, porque os autores de furtos geralmente não são presos em flagrante. "Se a prisão não é em flagrante, não temos como segurar o acusado na delegacia. Escutamos a pessoa, instauramos o inquérito e liberamos", diz o superintendente do 1º DP. Rosevicz lembra ainda que sem o registro dos boletins de ocorrência a Polícia Civil não tem como investigar os casos. "Sem denúncia, não temos o que fazer", ressalta.

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