Maringá será sede próximo dia 20 de maio de uma manifestação organizada pelo movimento de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT). No entanto, o evento causa polêmica um mês antes, tudo por causa do cartaz alusivo à parada. A imagem mostra a Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória sendo atingida por um raio de luz, dando origem a um arco-íris, um dos símbolos do movimento.
A Igreja Católica criticou o uso da imagem da catedral. Em nota divulgada no site da Arquidiocese de Maringá, o arcebispo dom Anuar Battisti solicitou a retirada do cartaz de todos os meios de comunicação. "Antes de símbolo de Maringá,[a catedral] é um símbolo religioso da fé da maioria dos maringaenses. Por essa razão, [a arquidiocese] lamenta o uso dado ao cartaz, que confronta com o pensamento e a opinião religiosa da parcela maior da comunidade", declarou o religioso. Battisti ressaltou que a Igreja respeita todos os modelos de comportamento, ainda que nem sempre concorde com eles.
O vereador Heine Macieira (PP), líder do governo municipal na Câmara, declarou em seu perfil no Facebook que a imagem lembra o atentado terrorista às Torres gêmeas do World Trade Center em 2001. "Achei a imagem agressiva demais (talvez tenha sido esta a intenção)".
Sem ofensas
Segundo um dos integrantes do Movimento LGBT de Maringá e editor do site Maringay, Luiz Modesto, a imagem não teve intenção de ofender. "A Catedral de Maringá é mais do que um símbolo religioso, ela é uma referência nacional que remete o imaginário popular ao município", disse. Modesto declarou que o cartaz busca chamar a todos para a aproximação e o diálogo entre diversos grupos para a construção de uma sociedade mais tolerante.
Monumento símbolo de Maringá, a Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória foi construída entre julho de 1959 e maio de 1972. O projeto, do arquiteto José Augusto Balucci, é inspirado em espaçonaves e lançadores soviéticos Sputnik.
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