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Brasília – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou ontem por 44 votos favoráveis e 17 contrários o parecer do deputado Paulo Maluf (PP-SP) que pede a adesão da Venezuela ao Mercosul. Agora, a proposta será apreciada pelo plenário da Casa.

Parte da oposição – DEM e PSDB – foi contrária à entrada da Venezuela no bloco, mas os governistas conseguiram votos para aprovar o parecer. A vitória só foi obtida depois de o governo negociar com o PMDB a distribuição de cargos na Petrobrás. O PMDB ameaçava apresentar um requerimento de adiamento da votação para forçar o governo a indicar Paulo Roberto Costa para a diretoria de exploração da Petrobrás.

Mas o líder do governo na Casa, José Múcio Monteiro (PTB-PE), foi pessoalmente à comissão para conversar com cada deputado e pedir apoio à aprovação do texto. "O parecer vai ser votado hoje. Vamos aprovar. É necessário separar o discurso da pessoa física (do presidente Hugo Chávez) da relação do Brasil com a Venezuela. A Venezuela é um dos nossos principais parceiros comerciais", disse Múcio, que acompanhou parte das discussões na CCJ.

A discussão na CCJ sobre o ingresso da Venezuela foi intensa. A oposição, exceto o PSol, condena a participação do país vizinho no Mercosul, enquanto a base aliada defende a integração. "Quem está aqui falando em democracia foram defensores da ditadura no Brasil", afirmou Ivan Valente (PSol-SP).

"A política que está sendo discutida no mundo inteiro é de multilateralismo. O isolamento produziu o bloqueio contra Cuba", disse o deputado José Genoíno (PT-SP).

Segundo integrantes do PSDB e do DEM, não se deve aprovar a adesão da Venezuela ao Mercosul porque não há respeito aos princípios democráticos no país vizinho.

O líder do PSol na Câmara, Chico Alencar (RJ), condenou o argumento da oposição. "O Parlamento não pode ser um lugar de ‘cale-se’", afirmou ele, numa alusão à frase do rei Juan Carlos 1.º, da Espanha, que se dirigiu a Chávez durante reunião da Cúpula Ibero-Americana, no Chile.

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