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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Visão

1.462.298 brasileiros têm problemas de visão. Desses casos, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 70% são evitáveis.

47% das pessoas com idade entre 65 e 74 anos têm catarata. Nas pessoas que têm mais de 75 anos, a prevalência cresce para 73%.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) retratam uma situação preocupante: cerca de 16,5 milhões de brasileiros, o que representa quase 10% da população, sofrem de algum tipo de deficiência visual. Desses, 1,4 milhão perdeu a visão completamente. Somente no Paraná, os cegos representam aproximadamente 7% da população. Apesar dos números alarmantes, 70% das causas de cegueira podem ser prevenidas ou curadas.

A falta de informação e o difícil acesso da população à saúde básica são apontados como os principais fatores que impedem o tratamento adequado dos problemas de visão. Para o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Hamílton Moreira, o problema está ligado à eficiência do Sistema Único de Saúde (SUS). No Paraná, onde o médico considera que o atendimento oftalmológico pelo SUS é bem estruturado, o número de pessoas cegas pertencentes à classe mais baixa, que utilizam a rede pública de saúde, é menor do que na classe média, por exemplo.

Dados do CBO mostram que, no estado, a cegueira afeta 20.840 pessoas de classe baixa, 44.569 pessoas de classe média e 58 de classe alta (além de 7.448 indígenas). "Aqui temos uma situação em que a população, principalmente em Curitiba, é bem assistida na rede pública, mas isso não acontece em todos os estados", diz. Em Pernambuco, por exemplo, os dados são inversos. Enquanto que entre a população mais pobre, existem 43.422 cegos, na classe média esse número é de 10.622.

Catarata

Segundo o oftalmologista, a catarata, caracterizada pela perda da transparência do cristalino, ainda é a principal causa de cegueira. A doença acomete principalmente pessoas com mais de 50 anos e se não tratada de forma correta pode causar a perda da visão. O tratamento da catarata é cirúrgico. No procedimento, o cristalino é removido e substituído por uma lente intra-ocular.

De acordo com o CBO, o número anual de cirurgias de catarata realizadas no Brasil não chega ao mínimo aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 3 mil por cada milhão de habitantes. Em 2007, foram realizadas 70 mil, em 2006, 87 mil, enquanto que pelas recomendações teriam de ser feitas pelo menos 570 mil ao ano. "Em 2004 conseguimos realizar 350 mil, mas nos últimos anos este número foi caindo por conta de cortes no orçamento", afirma Moreira. Com a cirurgia, o paciente recupera totalmente a visão. Hoje em dia, já existem inclusive lentes multifocais que permitem que o paciente, depois de operado, fique livre também dos óculos.

Esses e outros avanços da oftalmologia estão sendo discutidos no 5.° Congresso dos Centros de Oftalmologia do Paraná e Santa Catarina, que começou ontem e continua hoje, no Unicenp, em Curitiba. O evento, que ocorre todos os anos, reúne cerca de 300 profissionais. Durante o congresso, oito centros irão apresentar pesquisas na área de oftalmologia. A Universidade Federal do Paraná, por exemplo, irá apresentar uma campanha feita com profissionais de saúde que conseguiu aumentar o número de transplantes de córneas de cerca de 600 operações em 2006 para 650 apenas no primeiro semestre deste ano. "Mesmo assim ainda há 1,2 mil pessoas na fila", comenta o médico.

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