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O Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas (Cepa) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) está comemorando seus 50 anos esta semana, com cinco eventos: seminário sobre "Trajetórias e Perspectivas da Arqueologia Brasileira", exposição sobre arte pré-histórica brasileira, inauguração da galeria dos professores, concessão de títulos aos primeiros professores do centro e discussões sobre a faiança ibérica (um tipo de louça) no Brasil.

O Cepa é considerado um centro pioneiro em arqueologia no país, já que promoveu os primeiros cursos na área, para graduados em História, Geologia, Ciências Sociais e Geografia. Cursos esses que formaram alunos que vieram a implantar grupos de arqueologia Brasil afora. "Acho que o mais importante é esse papel irradiador que o Cepa teve", diz o coordenador do centro, professor Igor Chmyz.

Além de olhar para o passado para comemorar, olha-se para o futuro também. Para 2007, há novos planos para o Cepa. São dois projetos: o curso de pós-graduação em arqueologia e a implantação de um museu didático. "A pós em arqueologia só não foi implantada ainda porque eu brigo para que ela seja gratuita, se fosse para ser paga, como outros cursos de pós da UFPR, já estaria funcionando", afirma Chmyz.

Já o museu didático é um sonho de mais de vinte anos do coordenador. O espaço, no último andar do Edifício Dom Pedro I, já foi reformado. Cerca de 1 milhão de peças, que estão guardadas num espaço no Centro Politécnico, estão sendo catalogadas para compor o acervo. Além do projeto desse projeto, o Cepa conta também com o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE). Localizado em Paranaguá, ele hoje está fechado temporariamente para reforma.

De acordo com Chmyz, para criar o Cepa foi necessária a vinda professores de outros países, já que não existiam arqueólogos no Brasil. Entre as décadas de 50 e 70, foram ministrados aproximadamente vinte cursos no centro. Professores de outros países vinham e lecionavam por até três meses, em regime intensivo, determinada temática da arqueologia. Estima-se que, neste período, cerca de cem alunos tenham passado pelo Cepa – um número considerado grande para a época.

A partir da década de 70, o local se voltou para a pesquisa arqueológica e para a recuperação da arqueologia paranaense. Os cursos de pós-graduação ficaram suspensos, abrindo espaço para a oferta de disciplinas optativas para os graduandos dos cursos da área.

Reconhecimento

A arqueóloga americana Betty Meggers, que recebe o título de Doutor Honoris Causa hoje às 20 horas em sessão solene, é uma das professoras dos cursos realizados entre as décadas de 50 e 70. "Fico feliz por ter ajudado no pioneirismo da arqueologia aqui", afirma. Já Chmyz fez parte da primeira geração de alunos do centro. Assim como Oldemar Blasi, outro homenageado com o título Professor Honoris Causa. "Fico muito feliz com a homenagem, ela é um reconhecimento da minha contribuição, do meu trabalho", afirma. Blasi foi diretor do Museu Paranaense por 16 anos e é considerado um dos maiores arqueólogos do Paraná.

Mais informações sobre a programação do Cepa pelo telefone (41) 3360-5106.

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