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A Rua da Praia tem a maior concentração de palacetes e casarões do período colonial brasileiro | Felipe Lessa/Gazeta do Povo
A Rua da Praia tem a maior concentração de palacetes e casarões do período colonial brasileiro| Foto: Felipe Lessa/Gazeta do Povo

O centro histórico de Paranaguá é o mais novo patrimônio histórico do Paraná reconhecido nacionalmente. A área, que foi tombada em nível estadual na década de 1990, teve a proposta de tombamento pelo governo federal aceita às 11h30 desta quinta-feira (3), em uma reunião do conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que ocorre durante todo o dia na cidade de São João del Rei, em Minas Gerais.

"Esse é um reconhecimento à importância da primeira cidade do estado do Paraná para a grandeza do país", disse o superintendente do Iphan no Paraná, José La Pastina Filho, segundo nota divulgada pelo órgão. De acordo com La Pastina, o centro histórico parnanguara já tinha três monumentos tombados pelo Iphan. A chancela agora abrange todo o conjunto arquitetônico e urbanístico.

O reconhecimento de um bem móvel, imóvel ou natural como patrimônio impede a demolição ou alteração do projeto original. Fica permitido apenas o processo de restauração desde que preserve as características originais da época em que foi construído. Conforme explicou La Pastina à Gazeta do Povo em novembro, o tombamento do governo federal dá mais reconhecimento ao bem, mas na prática ele já estava sendo preservado, uma vez que a Constituição determina que a manutenção do patrimônio histórico e cultural é de responsabilidade de municípios e estados.

A área protegida e agora reconhecida como patrimônio nacional abrange todo o núcleo mais antigo da cidade, que vai da Igreja de São Benedito, na Rua Conselheiro Sinimbu, até a Rua Visconde de Nácar. Estão incluídos importantes exemplares da arquitetura colonial brasileira, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, o Colégio dos Jesuítas, a Igreja da Ordem 3ª de São Francisco das Chagas, e a antiga Rua da Praia. Com a aprovação, o processo de tombamento agora será encaminhado para o Ministério da Cultura, para ser homologado pelo ministro Juca Ferreira.

Além de Paranaguá, o município de Iguape, em São Paulo, também teve o centro histórico tombado pelo conselho consultivo do Iphan nesta manhã. Por volta das 13 horas, os conselheiros avaliavam a proposta de tombamento como patrimônio imaterial do toque dos sinos de Minas Gerais. Outra sugestão que será avaliada ainda nesta quinta-feira é do tombamento do Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Arquitetura parnanguara

Conforme o Iphan, entre os destaques em relação à arquitetura de Paranaguá estão os sobrados, moradias típicas de quem detinha o poderio econômico entre o final do século 16 e o ano de 1896. O desenvolvimento da cidade era quantificado pelo número de sobrados construídos, segundo o instituto. Exemplos dessa arquitetura são o conjunto de sobrados da Rua da Praia, voltados para o Rio Itiberê; o conjunto arquitetônico do Largo da Matriz, que avança pela Rua Conselheiro Sinimbú em direção à Igreja de São Benedito; e o mais antigo exemplar da arquitetura civil paranaense, na esquina das ruas Faria Sobrinho e Professor Cleto.

Cidade portuária, Paranaguá ainda teve influências do neoclassicismo, em razão do contato com o Rio de Janeiro e outros países. Características do movimento estão em construções como a Câmara Municipal, o Palacete Visconde de Nácar e o prédio comercial da Rua XV de Novembro (Casas Jaraguá), com fachada de azulejos e emolduramento de vãos em cantaria.

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