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Alunos, professores e funcionários do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) reclamam da falta de segurança no local. Segundo a Diretora do Setor de Ciências Exatas da UFPR, Sílvia Helena Soares Schwab, o Centro Politécnico virou um depósito de carros roubados. Por ser uma área federal, os bandidos aproveitam que a Polícia Militar não pode entrar no campus e deixam os veículos para serem retirados algum tempo depois.

De acordo com a diretora Sílvia, os sistemas de vigilância eletrônicos nas entradas do campus nunca foram instalados e a distribuição de cartões para o controle de entrada e saída de motoristas não está sendo feito adequadamente há meses.

Esses fatos contribuíram para o aumento da insegurança dentro do campus, principalmente no período noturno. Na última semana houve duas tentativas de roubos de carro, em um curto período de tempo, mas houve tempo para os portões serem fechados e os ladrões abandonaram os veículos. Na quarta-feira (24), o portão fechado não conseguiu impedir a fuga dos ladrões.

Um vigilante da Centronic, a mesma empresa de segurança em que trabalhavam os três vigilantes acusados de matar o estudante Bruno Strobel Coelho Santos, tentou fechar o portão para impedir que os ladrões fugissem com o carro e foi atropelado pelos assaltantes.

Clécio Miranda Oliveira foi atropelado na portaria da Avenida Comendador Franco, (conhecida como Avenida das Torres), onde trabalhava e foi arrastado por mais de 50 metros. O vigilante, que foi levado para o Hospital Cajuru, permanece internado em observação e não corre risco de morte.

"Os bandidos estão deixando os carros aqui. Também estão roubando carros daqui do campus. Já tivemos vários roubos de carro no Politécnico", afirmou a diretora do setor de exatas.

Um carro da Polícia Militar esteve no local para atender à ocorrência. Houve troca de tiros dentro do campus. No entanto, a assessoria de imprensa da PM afirma que se houve troca de tiros foi na seqüência da ação, fora do Centro Politécnico. O carro, segundo a PM, estava com um alerta de roubo. Ou seja, foi assaltado fora do campus, o que reforça a tese que o Centro Politécnico está sendo usado como depósito.

Rondas policiais

Como a área é federal, apenas a Polícia Federal tem autonomia para entrar quando bem entender e fazer vistorias. A PM e a Polícia Civil só entram com autorização da reitoria. "O Politécnico é rodeado de bairros carentes. Até dois meses atrás não tínhamos nenhum registro de assalto no campus. Houve um aumento de casos de violência nos últimos tempos. A situação não pode permanecer como está. Trabalho há sete anos aqui e nunca senti um nível tão grande de medo no Politécnico", explicou Sílvia.

A diretora afirmou que formalizou uma solicitação para o reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Junior, para que a PM faça uma vistoria "ostensiva e preventiva no Centro Politécnico", explicou. "Não é para os policiais fiscalizarem os alunos, mas uma ronda já impõe respeito e aumenta a sensação de segurança", definiu Sílvia.

O reitor da UFPR, Moreira Junior, disse que houve uma reunião na manhã desta quinta-feira (25) para discutir o assunto da segurança no Centro Politécnico. "Estamos tomando todas as providências cabíveis", afirmou o reitor.

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