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Guarapuava – Lideranças do Centro-Sul do Paraná elegeram a integração regional como fator fundamental para o desenvolvimento da região nos próximos dez anos. Durante a oitava etapa do Fórum Futuro 10 Paraná, realizada ontem em Guarapuava, os 450 participantes apontaram a parceria entre os municípios como saída para reverter os baixos índices socioeconômicos, gerar emprego, renda e fortalecer a representatividade perante os governos federal e estadual. "É preciso mudar a cultura dos políticos para que eles percebam que os municípios têm problemas iguais e que é preciso discutir soluções integradas", disse o reitor da Unicentro, Vítor Hugo Zanette.

O professor de Filosofia José Ferreira Sobrinho, de Quedas do Iguaçu, concordou."Os prefeitos sempre olharam para o próprio umbigo", disse. "Não tinham tempo para ajudar os outros e achavam que os vizinhos não podiam ajudá-lo". Algumas iniciativas, entretanto, estão revertendo esse quadro de isolamento das cidades do Centro-Sul. Segundo Ferreira Sobrinho, já foi criada uma agência de desenvolvimento do turismo regional que tem como grande desafio a integração de projetos. "Temos um forte potencial turístico, mas não temos uma rota que integre as atrações dos diversos municípios."

Outro projeto que pretende diminuir a distância entre as cidades é o da agência de desenvolvimento econômico e social de Guarapuava. O gerente da regional do Sesi/Senai, Jair Vedoia da Silva, disse que não é mais possível pensar no desenvolvimento de Guarapuava isoladamente, sem levar em consideração as cidades de toda a região. Segundo ele, a melhoria da qualidade de vida da cidade pólo sem a contrapartida de suas vizinhas poderá trazer problemas. Sem recursos e equipamentos sociais próprios, a população de locais menos desenvolvidos acabam vindo para Guarapuava para utilizar hospitais, escolas ou se mudando em busca de emprego.

O distanciamento entre as cidades do Centro-Sul beneficiou municípios de fora da região, afirmou o diretor da Faculdade do Centro do Paraná, Jorge Luiz Nicolodi. Segundo ele, a falta de integração e a centralização econômica e de serviços em Guarapuava fizeram com que cidades pequenas se aproximassem mais de outros municípios pólos, como Cascavel e Ponta Grossa. "Em vez de virem comprar em Guarapuava, moradores dessas cidades vão a outras regiões." Para reverter esse quadro, Nicolodi disse que o comércio precisa se equipar melhor, para atender a demanda desses consumidores, com produtos adequados às suas necessidades.

A identificação cultural é outro fator que deve aproximar as cidades da região, facilitando a sua integração. "O Paraná se caracteriza pela diversidade étnica e cultural, mas temos de fortalecer as nossas características regionais", defendeu a pedagoga Edimara Mathias. "A preservação das nossas raízes aumenta no nosso poder econômico", complementou a estudante de Pedagogia Mirian Rita Rambo.

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