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Pelo menos oito pessoas (seis adultos e duas crianças) morreram devido à chuva em Sapucaia, no interior do Rio de Janeiro, na madrugada desta segunda-feira (9). No principal acidente, um deslizamento de terra às 3h30 soterrou oito casas no distrito de Jamapará e deixou sete mortos. Segundo os bombeiros, cerca de 15 pessoas continuam desaparecidas. As buscas continuavam na noite de hoje. Em outro bairro da cidade, uma casa desabou e matou um morador, de 45 anos.

A rapidez do deslocamento da terra surpreendeu os moradores de Jamapará, cujas casas ficam em uma encosta, separada do Rio Paraíba do Sul apenas pela BR-393 (antiga Rio-Bahia). Outros moradores já haviam deixado as casas durante a noite de domingo (8), logo após o início da enxurrada, prevendo um acidente como o ocorrido em janeiro do ano passado, quando não houve vítimas. Uma família, que tentava deixar o bairro em um Fusca, foi soterrada dentro do carro.

Os mortos resgatados até a noite desta segunda eram Luiz Carlos Nassifi, de 40 anos, e sua neta, Ana Maria Costa Bela Nassifi, de 3; um casal identificado como Sérgio e Solange, cujo filho de 8 anos está desaparecido; Rosiani Gomes Bastos, de 23 anos, o filho Josiel, de 3, e Tiago Carvalho, de 18 anos. A avalanche de lama e lixo desceu por toda a encosta e parou apenas na altura do km 108 da pista da BR-393, que permanece interditada.

Alarme

Na tarde desta segunda voltou a chover forte. No início da noite soou alarme anunciando novo deslizamento, mas o alerta era falso. A Defesa Civil não descarta novos deslizamentos de terra, pois a chuva continua. A Prefeitura de Sapucaia deve decretar estado de calamidade pública. A topografia de Sapucaia, cercada de morros e situada à margem do Rio Paraíba do Sul, além da ocupação irregular das encostas, são apontadas pelos moradores como as principais causas da tragédia. "O município não recebeu nenhuma verba federal para recuperar os danos da chuva de 2011, que destruiu o bairro do Barão, localizado também em Jamapará", disse a chefe de Gabinete da Prefeitura de Sapucaia, Josephine Langoni.

O Governo Federal enviou o Exército para auxiliar o trabalho de resgate dos corpos e desobstrução da rodovia. A Polícia Civil do Rio participa do resgate com o transporte de bombeiros no helicóptero Águia 3, além do envio de legistas e papiloscopistas para a identificação rápida dos corpos. As equipes de busca trabalham com cães farejadores em busca das vítimas. Após sobrevoar a região, o secretário de Saúde do Rio, Sérgio Cortes, definiu a situação como "triste" e anunciou um posto de saúde dentro de uma igreja e um abrigo para os desalojados em um Ciep da região.

Outeiro

Em Outeiro, distrito de Cardoso Moreira, no Noroeste do Rio, onde um dique se rompeu no domingo e a água da Lagoa das Onças ameaçava invadir as casas, cerca de 300 dos 900 moradores ainda resistiam a deixar seus imóveis, embora a água continuasse subindo e já atingisse cerca de 50 centímetros à noite, segundo a Defesa Civil. Um esquema emergencial com 30 caminhões foi organizado para retirar imediatamente os moradores caso o alagamento aumente.

Em Petrópolis, 30 casas foram interditadas após deslizamentos, e em Areal quatro casas foram soterradas. Até a noite de hoje, sete municípios do Rio estavam em situação de emergência: Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, Miracema e Aperibé.

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