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Bordin (à direita) negocia com comissão de sem-terra em Apucarana | Sérgio Rodrigo
Bordin (à direita) negocia com comissão de sem-terra em Apucarana| Foto: Sérgio Rodrigo

Apucarana - Os cerca de trezentos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que haviam ocupado, na manhã de segunda-feira, a sede regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Apucarana, podem deixar o pátio da empresa ainda hoje. O acordo foi negociado ontem pelo gerente operacional da Conab no Paraná, Valmor Bordin, que esteve em Apucarana, e se reuniu com uma comissão da Coordenação Estadual do MST e lideranças de acampamentos de Cascavel, Faxinal, Ortigueira, Porecatu, Tamarana, Manoel Ribas, Rio Branco do Ivaí e Londrina.

Bordin anunciou que ainda nesta semana a Conab liberará 7 mil cestas básicas, para atender as famílias que estão instaladas em 65 acampamentos em várias regiões do estado. "O acordo está valendo, mas desde que os sem-terra se retirem da sede regional da Conab em Apucarana", assinalou. Ele explicou que a liberação foi concedida, em Brasília, pelo superintendente de abastecimento, João Cláudio, que negociou o um lote de cestas básicas com a Defesa Civil, visando ao repasse ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

Ao mesmo tempo, Bordin anunciou que o MDS liberará em todo o país um total de R$ 225 milhões, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar. "Essa era outra reivindicação dos sem-terra que será atendida de imediato pela Conab", anunciou.

Líderes do MST, que participaram da negociação, entre eles Lucimar Assunção, Celso Ribeiro Barbosa e Ireno Prochnov discutiam ainda na noite de ontem, o encaminhamento da negociação, mas já admitiam deixar a Conab. "Esperávamos sair daqui com algo nas mãos, porque muitos companheiros acampados estão passando fome, com o atraso de 4 meses no repasse das cestas básicas", comentou Prochnov, lembrando que a útlima remessa de alimentos foi entregue pelo MSB, por meio da Conab, em novembro.

Entre as reivindicações apresentadas pelo MST, ao ocupar a sede da Conab em Apucarana, também foi exigida mais agilidade no processo de desapropriação e criação de novos assentamentos no Paraná. "As questões que eram da alçada da Conab já estão negociadas, agora estamos dialogando com o Ouvidor Agrário no Estado, Vinicius Gessolo de Oliveira, para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) acelere o processo de compra e assentamento de famílias que estão alojadas em 65 acampamentos no estado", explicou Celso Ribeiro Barbosa, da Coordenação Estadual do MST.

O ouvidor agrário não revelou qualquer número, mas assegurou ontem que a direção do MST será informada sobre as áreas que estão sendo disponibilizadas para a reforma agrária, ainda neste ano, no Paraná. "Por enquanto, não posso falar em números, mas as áreas existem e o processo para a sua obtenção, visando à criação de novos assentamentos, está sendo encaminhado para 2009", revelou.

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