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O Conselho Federal de Medicina (CFM) vai exigir a apuração das novas denúncias acerca do programa Mais Médicos, lançado pelo governo Dilma Rousseff (PT) em 2013. Em gravações de um encontro ocorrido entre membros do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), uma assessora da pasta dá a entender que o objetivo do Mais Médicos seria atender ao governo cubano.

Ainda de acordo as gravações, reveladas pelo “Jornal da Band” (TV Bandeirantes), a abertura para inscrições de médicos de outros países seria uma forma de esconder esse intuito.

O CFM divulgou nota informando que a entidade irá cobrar a investigação da nova denúncia junto ao Tribunal de Contas da União e Ministério Público.

Para o vice-presidente do CFM, Mauro Ribeiro, a nova revelação não surpreende. “Isso vai de encontro com o que o conselho tem falado desde o lançamento do programa, quando nos acusavam de estarmos sendo corporativistas. O Mais Médicos não tem compromisso com a assistência médica, é um programa eleitoreiro.”

O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Hêider Pinto, nega que a pasta tenha tentado esconder a relevância dos cubanos para o Mais Médicos, assim como é sugerido nas gravações. “Está tudo transparente na lei dos Mais Médicos, isso é um assunto ultrapassado que não se sustenta. O nosso termo de cooperação foi celebrado com a Opas. São eles que dialogam com Cuba.”

O secretário não comentou o conteúdo das gravações reveladas pela TV Bandeirantes, alegando desconhecer a procedência dos áudios.

Até dezembro de 2014, dos 14.462 profissionais trabalhando no Mais Médicos, 11.429 - quase 80% do total - eram cubanos.

Polêmicas

Uma das vitrines eleitorais de Dilma Rousseff na campanha presidencial de 2014, o programa Mais Médicos é cercado por polêmicas desde seu lançamento, em 2013. À época, houve boicote nas inscrições de médicos brasileiros que contestavam a não exigência do Revalida (exame para revalidação de diploma do estrangeiros).

A Folha de S.Paulo revelou na sexta-feira (13) que o governo cubano está pressionando profissionais do programa federal para que seus familiares (cônjuges e filhos) que estejam no Brasil retornem imediatamente a Cuba.

Também neste mês, relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou que quase metade (49%) das primeiras cidades a receber profissionais do Mais Médicos registrou diminuição no número de doutores na rede pública municipal após menos de um ano.

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