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São Paulo – Aviões da Força Aérea Brasileira localizaram às 9 horas de ontem os destroços do Boeing 737-800 da Gol, que levava 149 passageiros e 6 tripulantes. Ele caiu depois de ter sido atingido no ar por um jato Legacy, da Embraer, no pior acidente da história da aviação brasileira. Informações não oficiais davam conta de que cinco passageiros do Boeing tinham sido resgatados com vida por índios, mas a Aeronáutica não tinha confirmado isso até o fim da tarde.

Para a Aeronáutica, a chance de haver sobreviventes é "remotíssima". Para o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuárua (Infraero), o tentente brigadeiro José Carlos Pereira, é zero.

Os destroços do Boeing estão na Fazenda Jarinã, em região de mata densa e difícil acesso entre Matupá e Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, divisa com o Pará.

A fazenda fica perto da reserva caiapó Capoto-Jarina, no Parque do Xingu.

O vôo 1907 da Gol havia partido às 15h35 (horário de Brasília) de sexta-feira do aeroporto de Manaus e tinha chegada prevista a Brasília às 18h12, com destino final no Rio. Sumiu das telas dos radares às 16h48, a 37 mil pés de altura, o equivalente a 12 mil metros.

O avião da Gol sofreu uma queda vertical, mas, segundo a Infraero, não havia sinais de fogo ou explosão. Cem militares da FAB especializados em socorro chegaram ao local do acidente em cinco helicópteros e três aviões equipados com radares eletrônicos. Numa "operação de guerra", pára-quedistas tentavam abrir clareiras de pouso e militares desceram de helicópteros em cordas. Outras cem pessoas ajudavam nas buscas, entre eles médicos e enfermeiros.

A FAB interditou no início da manhã o tráfego aéreo num raio de 50 milhas. Para facilitar o resgate, aeronaves foram proibidas de sobrevoar a região abaixo de 8 mil pés de altura (2.424 metros).

Cinco especialistas em segurança de vôo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também estavam na área tentando descobrir por que dois aviões modernos voavam na mesma altitude e como seus instrumentos anticolisão não impediram o acidente. Apesar das avarias, o Legacy pousou na base aérea da Aeronáutica na Serra do Cachimbo.

O jato havia saído às 14h15 de sexta-feira de São José dos Campos. Era seu primeiro vôo. Já o Boeing saiu da fábrica em 12 de setembro e tinha apenas 200 horas de vôo.

Desde a noite de sexta, parentes desesperados de passageiros concentravam-se em aeroportos do Rio, Brasília e Manaus em busca de notícias.

Hospitais de toda a região foram mobilizados para receber eventuais sobreviventes.

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