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A cheia atinge 18 mil pessoas em Manaus, onde 29 famílias estão desabrigadas | Evandro Seixas
A cheia atinge 18 mil pessoas em Manaus, onde 29 famílias estão desabrigadas| Foto: Evandro Seixas

São Paulo - O nível do Rio Negro, em Manaus (AM), alcançou ontem a marca de 29,69 metros e, com isso, igualou o índice de 1953, o maior da sua história. O nível das águas é registrado desde 1902. A alta do Rio Negro foi motivada pelas chuvas e pela elevação do Rio Solimões, que normalmente represa o Negro, mas que neste ano ainda está na fase final de sua cheia e não começou sua vazante. Outros níveis históricos ocorreram em 1976 (29,61 metros) e 1989 (29,42 metros).

O supervisor de hidrologia do Serviço Geológico do Brasil, Daniel de Oliveira, disse não ser possível afirmar se a atual cheia superará a de 1953. "Temos que medir o nível do Rio Solimões em Manacaparu (a 84 km de Manaus) para responder isso. Uma equipe nossa chegará lá até nesta noite." Oliveira também disse que a cheia deste ano era previsível. "Fizemos alertas quanto a isso nos dias 31 de março, 30 de abril e 31 de maio."

Em Manaus, 29 famílias estão desabrigadas, segundo a Defesa Civil Municipal. A cheia atinge cerca de 18 mil pessoas, que moram na margem do Rio Negro, mas não abandonam as casas por temor de saque e para aguardar cadastramento do governo do estado, visando indenização. No bairro São Raimundo, zona oeste de Manaus, as palafitas estão com água quase na altura do teto.

Turismo

As inundações causadas pela cheia do Rio Negro já atingem pontos turísticos de Manaus, como o Relógio Municipal, o prédio da Alfândega, a Feira Manaus Moderna e a praia da Ponta Negra. Parte das avenidas Eduardo Ribeiro, em frente à praça da Matriz e Sete de Setembro, no centro, foram interditadas.

Os pedestres agora precisam andar em passarelas improvisadas de madeira, substituindo as calçadas. Na Feira Manaus Moderna, 120 bancas de alimentos foram tomadas pelas águas, segundo a prefeitura. Foram colocados no entorno do local sacos de areia e cimento para reduzir o impacto da cheia.

Na praia da Ponta Negra, a rede elétrica e duas estações de energia, que estão submersas, foram desligadas. "Nós fizemos uma rede elétrica aérea para que a área de lazer não ficasse no escuro", disse Orlando Câmara, coordenador de projetos da Fundação Municipal de Cultura e Turismo.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) diz que as chuvas em Manaus este mês são atípicas. Foram 160 milímetros até ontem – a média normal é de 113,06 mm (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado). Lúcia Gularte, meteorologista, disse que as chuvas nas nascentes do Rio Negro, na Colômbia, influenciam no aumento do volume de água.

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