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Na região de Guarapuava, às margens do Rio Jordão, casas estão submersas e a situação ainda deve demorar para ser normalizada | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Na região de Guarapuava, às margens do Rio Jordão, casas estão submersas e a situação ainda deve demorar para ser normalizada| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Nos municípios

Nas localidades afetadas pelas chuvas, as doações também podem ser feitas nas unidades do Corpo de Bombeiros. Confira aqui os endereços.

Leitores registram chuva e estragos no PR

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Cataratas registram vazão recorde

Denise Paro, da Sucursal

As Cataratas do Iguaçu amanheceram ontem com uma vazão recorde. Por volta das 8h o volume de água chegou a 46,3 milhões de litros por segundo, pouco mais de 30 vezes acima da média normal - 1,5 milhão de litros por segundo. A marca é a maior da história do Parque Nacional do Iguaçu desde que o monitoramento hidrológico começou. O recorde anterior foi registrado em 1983 com 35 milhões de litros por segundo.

A força tamanha das águas fez com que as passarelas de acesso à Garganta do Diabo, o principal dos 275 saltos d´água das Cataratas, fossem interditadas já no domingo. Por medida de segurança, o passeio de barco do Macuco Safari que percorre o Rio Iguaçu também foi suspenso e o elevador que leva turistas ao mirante inferior deixou de operar temporariamente.

A tendência é que o nível das águas volte ao normal. Por volta das 16h de ontem, a vazão estava em 27.614 milhões de litros por segundo.

Inundações

Com água em excesso, o nível dos rios Iguaçu e Paraná está em alta. Em Capanema, o nível do Rio Iguaçu chegou a marca histórica de 32.250 m3/s às 6h, a maior vazão registrada desde 10 de junho de 1983, ou seja, 29.386 m3/s.

No reservatório de Itaipu a vazão atingiu 20.203 m3/s pela manhã. A tendência para os próximos dias é aumentar, de acordo com Boletim de Alerta Hidrológico de Itaipu,

Com o aumento do nível do Rio Paraná, a Itaipu abriu uma calha do vertedouro ontem e outra no domingo. Por volta das 17h de ontem, o vertimento era de 9.196 metros cúbicos por segundo (m3/s). A previsão para esta terça-feira é para 10 m3/s. Depois a marca deve começar a se estabilizar. A última vez que Itaipu abriu duas calhas do vertedouro foi na cheia de junho de 2013.

Inundações já são registradas nos bairros Remansito e San Rafael, em Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu em razão do aumento do nível do Rio Paraná. Estima-se que 300 casas foram atingidas, 200 no bairro San Rafael e 100 no Remansito. No lado brasileiro, há inundações nos bairros Porto Meira e Vila Bancária.

Abastecimento

Cerca de 50 cidades estão sem água

As fortes chuvas comprometeram seriamente o fornecimento de água em algumas cidades do interior. Estima-se que cerca de 50 municípios estejam com o abastecimento afetado. Em Guarapuava e municípios vizinhos da região Centro-Sul as cheias dos rios inundaram as estações de captação de água e afetaram o funcionamento dos maquinários. Das três bombas usadas no sistema de captação de água de Guarapuava, duas ficaram submersas devido à cheia do Rio das Pedras. Dois caminhões-pipa estão abastecendo hospitais, postos de saúde e presídios.

Em Cascavel, a unidade de captação do Rio Cascavel alagou e deixou 70% da cidade sem água. A previsão é de que a situação seja normalizada amanhã. Londrina e Rio Branco do Ivaí também estão com o abastecimento prejudicado.

A Sanepar disse que está trabalhando para normalizar a situação e apela para que os moradores que começam a receber água tratada não a desperdicem e só façam a limpeza interna dos imóveis. Em caso de dúvida, pede que a população entre em contato pelo telefone 115, que funciona 24 horas.

No Oeste e no Sudeste, há casas sem luz também. Cerca de 11 mil residências ficaram sem energia devido à elevação das águas de afluentes do Iguaçu. Somente nas áreas rurais de Capitão Leônidas Marques, 5 mil unidades estão sem luz.

Rodovias comprometidas

O Paraná também registra problemas em rodovias estaduais e federais que cortam o estado. Segundo informações repassadas por autoridades responsáveis, havia 46 pontos de interdição na noite desta segunda-feira. Veja os pontos relatados.

  • Curitiba está entre as cidades mais atingidas
  • Situação em Irati
  • Os temporais também provocaram estragos em Cascavel, no Oeste do estado
  • Moradores improvisam ponte em São João do Triunfo, nos Campos Gerais
  • Cidade de Cruz Machado debaixo da água: cerca de 18 mil pessoas estão ilhadas
  • Chuva deixou muitos estragos no bairro Caximba, em Curitiba
  • Chuva deixou muitos estragos no bairro Caximba, em Curitiba
Veja também

Agentes da Defesa Civil ainda contabilizavam na segunda-feira (9) os prejuízos causados pelas fortes chuvas que atingiram o Paraná durante o fim de semana. Estima-se que seja a maior tragédia da história do estado em número de pessoas e cidades afetadas. No último balanço divulgado na tarde de segunda-feira, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil contabiliza 106 mil pessoas afetadas, em 124 municípios, além de 8 mil imóveis danificados e 7.849 pessoas desalojadas.

INFOGRÁFICO: Confira o volume de chuva nas cidades do Paraná

Veja fotos dos estragos ocasionados pelas enchentes no Paraná

O governador Beto Richa declarou estado de emergência para 77 municípios e deve incluir, ainda nesta terça-feira (10), outros 50 na mesma categoria – inclusive Curitiba, cidade com maior número de atingidos e São José dos Pinhais. São Miguel do Iguaçu e Ortigueira também declararam, por conta própria, estado de emergência. O governo estadual ainda não divulgou uma estimativa financeira dos prejuízos registrados até agora no estado.

No interior, as chuvas comprometeram plantações, derrubaram barreiras e pontes, causando mais de 40 pontos de interdição nas estradas, e afetaram o fornecimento de água e luz. Há seis pessoas desaparecidos e nove mortos. Um deles é Leandro Borodiak, de 26 anos. O rapaz desapareceu no sábado, quando se juntou a um grupo de voluntários. "Ele estava ajudando a tirar todo mundo até 3 da manhã, depois voltou para casa, para retirar as coisas dele. Aí encontraram o corpo lá perto", lamenta Adilson Falcão, voluntário da Pastoral Familiar.

No Centro-Sul, o prefeito de Mallet, Rogério da Silva Almeida, considerou que a enchente foi a "pior da história" do município. Segundo ele, 274 casas foram inundadas e algumas famílias estão abrigadas no ginásio municipal. Almeida relatou prejuízos para ao menos 18 empresários, que tiveram pontos comerciais inundados e perdas em aviários e barracões de fumo. "Só um produtor perdeu 30 mil frangos", comentou.

Prevenção

Atualmente, o Paraná não tem um sistema ideal para prevenir desastres como o do último fim de semana. Hoje, nenhuma equipe de prevenção de desastres no Paraná consegue tomar medidas específicas quando recebe um alerta de chuvas intensas. Não há um mapa suficientemente preciso para informar quais áreas serão afetadas. "Dizer que vai chover 150 milímetros em Curitiba não significa muita coisa. O ideal é saber o que o volume de água representa em uma determinada região, de acordo com o comportamento do rio, por exemplo, e conhecer quais locais precisam ser evacuadas e em quanto tempo", explica o capitão Eduardo Gomes Pinheiro, da Defesa Civil do Paraná. Esse levantamento está em curso e deve ficar pronto em dois anos, conta Pinheiro. O mapeamento está sendo realizado pela Mineropar e pelo Águas Paraná. O projeto, orçado em R$ 30 milhões, inclui a instalação de Centro Estadual de Gerenciamento de Risco.

Seis pessoas estão desaparecidas; nove morreram por causa das chuvas

Chegou a seis o número de desaparecidos por causa das chuvas deste fim de semana no Paraná. Até segunda-feira (9), a Defesa Civil contabilizava apenas uma pessoa desaparecida, em Guarapuava, no Centro-Sul. Contudo, os trabalhos de resgate iniciados nesta manhã apontam que há ainda outras três pessoas sem paradeiro identificado também na cidade, além de um desaparecido em Rebouças, e outro em Altamira.

Além dos desaparecidos, as fortes chuvas que atingem o Paraná também deixaram um saldo de pelo menos nove mortes. Em Guarapuava, duas pessoas morreram, entre elas Leandro Bordiak, 29 anos, que foi levado pela correnteza ao tentar fechar a porta de casa. Duas mortes foram registradas na noite deste sábado (7) na cidade de Medianeira. Andreia Luzia Borgmann da Silva, 20, e o filho Samuel da Silva, de apenas nove meses, retornavam do interior do município no carro da família que era conduzido por Eder Dorvalino da Silva. Ao tentar cruzar uma pequena ponte, o carro foi levado pela correnteza e arrastado por aproximadamente 200 metros.

Em Sulina, no Sudoeste do Paraná, Paulo Inácio Kaling, 39 anos, morreu soterrado após sua casa ser atingida por um barranco que desmoronou.

Outra morte foi registrada por volta das 21 horas de sábado na PR-158, entre Rio Bonito do Iguaçu e Laranjeiras do Sul. Um carro rodou na pista molhada, bateu em uma árvore e caiu em córrego. Três pessoas estavam no automóvel e os bombeiros suspeitam que a passageira Marilei Eva Lambrecht, 41 anos, tenha sido ejetada para fora. O corpo dela foi arrastado pela correnteza por aproximadamente 800 metros.

Em Quedas do Iguaçu, no Centro-Sul do estado, um deslizamento no início da tarde deste domingo destruiu uma casa. Segundo informações do Corpo de Bombeiros local, pelo menos uma pessoa morreu. Outra morte aconteceu em Guaraniaçu.

PR tem 124 cidades afetadas pelas enchentes do fim de semana

Balanço da Defesa Civil do Paraná divulgado às 18 horas desta segunda-feira (9) mostra que já chega a 124 o número de municípios paranaenses atingidos pelas enchentes que assolou o estado desde o fim de semana.

A cidade com o maior número de afetados é Curitiba, onde os temporais atingiram 15.213 pessoas e 3.509 residências. Na capital, 70 pessoas permanecem até esta noite em abrigos. Em Quedas do Iguaçu, na região Oeste, já são 13,5 mil pessoas prejudicadas pela chuva e também pelo forte vendaval que atingiu o município na madrugada deste domingo. O número leva em conta, principalmente, famílias na área rural que estão isoladas, de acordo com o Corpo de Bombeiros da cidade.

Também é grande a quantidade de pessoas prejudicadas na região de Guarapuava, no Centro-Sul, que registra ainda várias interdições nas rodovias locais. Em Bituruna, são 8 mil pessoas afetadas, sendo que mil precisaram ser desalojadas, mas já voltaram para suas casas. Em Irati, duas mil pessoas tiveram problemas por causa do mau tempo. Na cidade, 1,5 mil moradores ainda permanecem em abrigos organizados pelo município.

Estragos ocasionados pela chuva no Paraná

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