Chuva chega, mas não reduz problemas da estiagem no Paraná

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A chuva que chegou ao Paraná nesta quinta-feira (15) amenizou o calor forte dos últimos dias e deixou o tempo mais úmido, mas não foi suficiente para reduzir os problemas de estiagem registrados em algumas regiões do estado. E a previsão do Instituto Tecnológico Simepar é de que o tempo siga mais seco nos próximos dias.

Segundo o Simepar, os próximos cinco dias não terão condições muito favoráveis para chuvas significativas. Na próxima quinta-feira (22), uma frente fria deve avançar pelo estado, trazendo uma umidade maior, mas até lá, o tempo segue mais seco, com chuvas isoladas e fracas.

Em Curitiba, por exemplo, o volume de chuva registrado nesta quinta-feira não passou dos 20mm. Para recuperar os problemas causados pela seca, segundo o Simepar, é preciso acumular, por alguns dias seguidos, algo entre 50 e 60mm de água.

De acordo com o meteorologista Samuel Braun, do Simepar, em todo o Paraná não houve registro de chuvas significativas em nenhuma região. "Na quinta teremos essa frente avançando, mas até lá o tempo segue seco e o pessoal seguirá sofrendo com essa situação de estiagem. As notícias não são muito boas", disse.

No Sudoeste do Paraná, por exemplo, choveu cerca de 1mm no município de Francisco Beltrão, segundo registros do Simepar desta quinta. A última chuva mais forte foi no dia 1º de março. A 80 quilômetros dali, na cidade de Barracão, a estiagem deixou alunos sem aula e o racionamento faz com que os cerca de 10 mil moradores fiquem sem água por até dois dias.

Segundo a prefeitura de Barracão, há pelo menos uma semana a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN), que faz o abastecimento no município de fronteira, passou a racionar o fornecimento de água por conta da seca.

A prefeitura informou que a Sanepar, Companhia de Saneamento do Paraná, esteve no município na manhã desta quinta para fazer um levantamento das áreas afetadas e estudar um possível reforço para a região.

Seca em todo o Paraná

O governo do estado divulgou, na última terça-feira (13), uma lista de municípios afetados pela falta de chuva e altas temperaturas. Confira abaixo:

Apucarana, Jandaia do Sul, Rio Branco do Ivaí, Marilância do Sul, Mauá da Serra, Jardim Alegre, Califórnia, Faxinal, Grandes Rios, Campineiros do Sul, Arapongas, Primeiro de Maio, Rolândia, Siqueira Campos, Assai, Santo Antônio da Platina, União da Vitória, São João do Triunfo, Mallet, Pranchita, Flor da Serra do Sul, Guarapuava, Cantagalo, Laranjeiras do Sul, Cascavel, Toledo, Assis Chateaubriand, Santa Tereza do Oeste, Ibema, Campo Bonito, Palmeira, Prudentópolis e Ponta Grossa.

Na maioria das regiões, o consumo de água tratada aumentou e a oferta de água caiu, deixando moradores sem abastecimento principalmente nos horários de pico. A recomendação da Sanepar é para que os moradores usem a água tratada sem desperdícios. (Confira dicas no quadro)

Recorde de consumo

O consumo de água tratada em Foz do Iguaçu e em Guarapuava, segundo a Sanepar, bateu recorde histórico. Em Foz, o mês de fevereiro teve consumo registrado de 1,4 bilhão de litros de água, o que significa que a média de cada residência foi de 19 mil litros. Nos últimos oito anos o maior consumo de fevereiro foi registrado em 2007, quando a média ficou em 17 mil litros de água por residência. Em março, o consumo permanece acima da média histórica do mês.

Em Guarapuava, município com 160 mil habitantes, no Centro-Sul do estado, o recorde foi neste início de março. A média, que ficou em 24 milhões de litros por dia nos últimos dois anos, chegou a 29 milhões de litros diários em março, um acréscimo de 16,7%. Isso significa que cada pessoa está gastando, em média, 30 litros de água a mais por dia.