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Santo Antônio da Platina – Um fenômeno astronômico está deixando a população de pequenas cidades do interior do Paraná assustada e ao mesmo tempo encantada. Trata-se de uma chuva de meteoros que atinge há 15 dias o planeta Terra e que pode ser vista durante o dia de vários pontos do Sul do Brasil, principalmente do Paraná. O Norte Pioneiro e o Sul do estado são as regiões onde houve a maioria dos relatos de gente que viu os meteoros ainda incandescentes se desintegrando no céu. Outros juram que ouviram grandes estrondos decorrentes de um improvável impacto com o solo.

Segundo o professor Germano Bruno Affonso, doutor em astronomia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), o que está acontecendo é que a Terra está passando pela órbita do cometa Halley, que há 20 anos visitou o planeta pela última vez. "São as estrelas cadentes que estamos acostumados a ver à noite", explica. Porém, o professor reconhece que o ineditismo do fato se revela porque esta é a primeira vez que ele ouve falar de uma chuva de meteoros vista durante o dia e de tão perto.

Para o astrônomo, a explicação para visualizações em regiões como o Norte Pioneiro e o Sul pode estar ligada às condições meteorológicas. "Certamente nessas regiões o céu deve estar mais limpo e o sol mais forte durante estes dias. Por isso as pessoas vêm com mais freqüência e maior facilidade", detalha. Affonso explica que amanhã e sábado, serão os melhores dias para observar o fenômeno. "Será o dia em que a chuva de meteoros estará mais intensa", acrescenta.

A Eta Aquarids, como foi batizado o fenômeno, começou a ser vista no dia 21 de abril e segundo dados do Observatório Municipal de Diadema, na região metropolitana de São Paulo, poderá ainda ser visualizado até o próximo dia 12. No entanto, os relatos da chuva de meteoros se tornaram mais comuns durante este final de semana.

Apesar da surpresa, especialistas garantem que não há motivo para pânico. Os meteoros, que variam de tamanho (entre um grão de areia e até um automóvel), não se chocam com o solo do planeta. Os corpos celestes se desintegram assim que atingem a atmosfera da terra. "Por isso há relatos de pessoas que ouviram explosões", diz o professor. Em algumas regiões, a onda de choque teria quebrado janelas e derrubado pequenas construções.

Durante os próximos oito dias, quem quiser ver o fenômeno à noite e a olho nu deve prestar atenção ao leste, por volta das 3 horas. A visualização fica mais fácil, porque nesta época do ano, o planeta Vênus também pode ser visto a olho nu. A chuva de meteoros passa bem acima do planeta. Mas quem tiver sorte também pode enxergar as estrelas cadentes durante o dia, como vem acontecendo nos últimos dias.

Alta velocidade

De acordo com o coordenador da Sociedade de Astronomia e Astrofísica de Diadema (SP), Milton Barros, os meteoros viajam a uma velocidade que chega a 60 quilômetros por segundo. Quem vive na região Sul do Brasil pode ver entre 20 a 30 meteoros por hora cruzando a atmosfera da terra durantes estes dias.

Segundo Barros, esse fenômeno acontece duas vezes por ano, mas desta vez, coincidentemente, as pessoas estão vendo os meteoros com mais freqüência e durante o dia, o que está causando tanta discussão.

A explicação do astrônomo é parecida com a do professor Affonso. Segundo ele, o Halley retorna a cada 76 anos ao sistema solar e nesses encontros o sol evapora cerca de seis metros de gelo e rochas do núcleo do cometa. Os restos e partículas se dispersam gradualmente ao longo da órbita do cometa e formam uma longa corrente de poeira espacial, que cruza a Terra.

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