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Um prédio de dois andares desabou no bairro Caiçara, em Belo Horizonte | Renato Cobucci/Jornal Hoje em Dia
Um prédio de dois andares desabou no bairro Caiçara, em Belo Horizonte| Foto: Renato Cobucci/Jornal Hoje em Dia

Em Nova Friburgo, moradores deixam casas

Cerca de 300 moradores de Nova Friburgo, na região serrana do Rio, tiveram de deixar suas casas durante a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira por risco de inundações, deslizamentos ou desmoronamentos. No fim de semana, em 48 horas, choveu o esperado para 15 dias de janeiro, o que deixou a cidade em estado de alerta máximo para acidentes decorrentes da chuva.

Segundo o coordenador da Defesa Civil da cidade, coronel João Paulo Mori, 150 pessoas foram para pontos de apoio da prefeitura e a outra metade foi para casas de amigos ou familiares.

Quase um ano após a maior catástrofe natural da história do país – mais de 900 mortes na região serrana, 429 delas em Friburgo –, a população reclama de atraso nas obras de prevenção na cidade. Ontem, quatro equipes da Defesa Civil percorreram as comunidades em risco. Das 35 sirenes de alerta da cidade, 18 foram acionadas. Três apresentaram defeito e os agentes tiveram de alertar de casa em casa a população.

A chuva que atinge o país provocou novos estragos neste início de ano em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em Minas, a chuva fez mais vítimas neste início de 2012 do que em todo o período chuvoso, iniciado em outubro. Duas mortes foram confirmadas apenas nesta segunda-feira pela Defesa Civil, elevando para quatro o total de óbitos no estado em função dos temporais – as duas primeiras ocorreram em outubro e novembro.

Ontem, uma senhora de 78 anos foi levada pelas águas quando tentava salvar seus animais de estimação em Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira. A pequena cidade está debaixo d’água, e moradores ilhados precisaram ser resgatados de helicóptero.

A outra morte ocorreu após o desabamento de um prédio de dois andares no bairro Caiçara, em Belo Horizonte, no início da madrugada. Os bombeiros conseguiram resgatar 11 pessoas, mas um homem não resistiu e uma mulher ficou muito ferida.

A trágica contagem de mortes pode chegar a seis porque duas pessoas estão desaparecidas no interior mineiro, tão castigado pela chuva quanto a capital. Desde sábado, os bombeiros procuram uma mulher de 74 anos que mora às margens de um córrego que transbordou em Santo Antônio do Rio Abaixo, área central do estado. A casa dela desabou na enchente. Um homem também está desaparecido no norte de Minas. O carro em que ele estava caiu em um rio.

Na região metropolitana de Belo Horizonte, a chuva que não dá trégua desde o Natal ganhou força na virada do ano e segue castigando a população com desmoronamento de encostas, queda de barreiras nas estradas e desabamento de residências. Em Betim, o telhado e parte da parede de uma casa desabaram sobre a proprietária do imóvel, uma senhora de 66 anos que ficou gravemente ferida. Em Itabirito, região central, cerca de 50 moradores isolados precisaram ser resgatados de barco.

A situação em todo o estado é dramática. Cerca de 40 rodovias têm restrição de tráfego por causa de acidentes ou interdições causadas por quedas de barreiras e árvores. Próximo à cidade histórica de Ouro Preto, os dois sentidos da BR-356 estão interditados por causa dos deslizamentos de terra. Os motoristas estão passando por Ouro Branco. A situação também é complicada na BR-040, onde o trânsito está bastante lento por causa do alagamento da via que liga Minas ao Rio de Janeiro.

Desaparecimento

Equipes do Corpo de Bombeiros de Campinas procuram desde a tarde de domingo, 1.º, por um menino de 5 anos levado pela enxurrada durante chuva que atingiu a cidade. O garoto estava com a mãe, Maria Queiroz, quando foi levado pela correnteza ao atravessar um córrego no Jardim Santo Antônio.

Segundo informou a irmã do menino, Joycielle de Queiroz, de 15 anos, mãe e filho estavam em uma chácara perto da residência deles e Maria decidiu ir embora para casa por volta de 14 horas. Começou a chover forte quando eles atravessavam um córrego a caminho de casa, que normalmente permanece raso. "Todo mundo atravessa e a água fica no pé, mas de repente subiu", relatou a garota.

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