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A esperada chuva finalmente chegou em Curitiba e região. Mas o volume e regularidade foram insuficientes para impedir o esvaziamento das barragens e não afasta o risco de racionamento. Com a pouca água que veio do céu, a Sanepar fechou as barragens de Piraquara I e Iraí e voltou a usar as cavas. As previsões para o fim de semana são de pouca chuva e muito frio.

A chuva teve curta duração, entre três e quatro horas, com intervalos entre as pancadas. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, o volume de precipitação pluviométrica variou entre 10 e 15 milímetros. "Em relação a estiagem, a chuva foi quase nada. Precisaríamos no mínimo uma semana com o mesmo índice para amenizar a situação", explicou o meteorologista Reinaldo Kneib.

Uma semana de chuva contínua está fora da previsão do Simepar. Segundo o meteorologista, a precipitação deve cessar na noite desta sexta-feira (28). Depois disso, há a entrada de uma massa de ar frio que deve deixar o ar seco pelo menos até a metade da próxima semana.

As temperaturas terão uma forte queda, chegando próximo do zero grau em algumas regiões e podendo trazer geadas ao estado. Pode ser mais prejuízo para a Agricultura, mas, para a Sanepar, trata-se de uma boa notícia. Com a baixa temperatura, a empresa espera que o consumo de água seja reduzido, ajudando a preservar os mananciais.

A estratégia da Sanepar é usar a bacia incremental, formada por barragens particulares, cavas e rios localizados entre as barragens Piraquara e Irai. Com capacidade de aproximadamente 1.000 l/s.

Nesta sexta-feira, o volume de água na barragem Piraquara I estava 4,99 metros abaixo do nível. O Irai estava com 3,47 m a menos e o Passaúna com 0,89 m.

Poços artesianos

Não fossem os poços artesianos perfurados pela iniciativa privada, o sistema de abastecimento da Sanepar provavelmente já teria entrado em colapso. Para o presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas) no Paraná, Everton Luiz da Costa Souza, caso os poços deixassem de ser usados a Sanepar teria que aumentar em 20% sua distribuição.

Curitiba tem mais de mil poços artesianos, com uma vazão de 1,5 metro cúbico de água por segundo. Já a demanda atendida na capital pela Sanepar é de 7,2 metros cúbicos por segundo.

Quem utiliza os poços artesianos geralmente são condomínios e empresas que precisam de muita água. Até porque não se paga pelo volume de água retirada, mas apenas pela perfuração e pela outorga do poder público. O Hospital Vita de Curitiba, por exemplo, retira de poços artesianos quase toda a água que consome. Dos mais de 4 mil metros cúbicos de água utilizados mensalmente na unidade do hospital no Bairro Alto, 97% vêm dos poços.

Mas o o principal usuário de águas subterrâneas do estado, segundo a Abas, é a própria Sanepar – são cerca de 100 milhões de metros cúbicos por ano. O presidente da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) do estado, Darcy Deitos, estima que, de toda a água captada no estado, cerca de 42% seja proveniente de reservas subterrâneas.

Seca nas Cataratas

A seca nas Cataratas do Iguaçu é a pior dos últimos 18 anos. Desde 1982, quando a Itaipu Binacional começou a monitorar o Rio Iguaçu, a menor vazão das Cataratas do Iguaçu de que se tinha registro era de 134 metros cúbicos, no dia 12 de outubro de 1988.

Com menos água, a paisagem no Parque Nacional do Iguaçu se transforma. No lugar do conjunto antes formado por 275 saltos surge um imenso canyon com filetes de água. (Leia mais sobre a seca nas Cataratas)

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