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Rio seco em Barracão: água que abastece a população vem de poços artesianos | Jornal da Fronteira
Rio seco em Barracão: água que abastece a população vem de poços artesianos| Foto: Jornal da Fronteira

Foz do Iguaçu

Consumo de água aumenta

Nas cidades onde não há problema de desabastecimento, o consumo de água aumenta. Em Foz do Iguaçu, onde não chove há cerca de dois meses, o consumo de água é o maior dos últimos oito anos. Em fevereiro, a cidade bateu recorde histórico, com 1,4 bilhão de litros, uma média de 19 mil litros por residência. A média se manteve nos primeiros 20 dias deste mês. O recorde anterior, em 2007, era de 17 mil litros por residência.

Em Arapongas, o consumo de água está cerca de 15% a 20% acima da média histórica para este período. A Sanepar alerta para os moradores economizarem água. O consumo per capita de água no Paraná é de 150 litros por habitante ao dia, mas com economia pode ser reduzido para 120 litros ao dia.

A chuva que atingiu ontem diversos municípios da Região Oeste e Sudoeste não foi suficiente para amenizar a estiagem que atinge essa área do Paraná. Com mananciais secos, a população de Barra­­cão, no Sudoeste, depende de caminhões-pipa para ter água em casa. Desde a última segunda-feira as crianças não frequentam as aulas na cidade, que passa por racionamento há dez dias. O mu­­nicípio hoje é o mais afetado pela seca prolongada que também deixa dezenas de cidades em estado de alerta nas regiões Norte, Noroeste, Oeste e Sudoeste do Paraná.

Cidades gêmeas, Barracão e Dionísio Cerqueira (SC), limite com o município Bernardo de Iri­­goyen, na Argentina, são abastecidas pelos rios Toldo e Melancia, situados no lado catarinense. Ambos estão praticamente secos, o que faz desta a pior estiagem vivida pelos moradores, desde 1976.

Para amenizar o problema, a empresa responsável pelo fornecimento de água nas duas cidades, a Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan), está fornecendo água para os moradores a cada 24 horas.

O vice-prefeito de Barracão, Erondi Faé, diz que, se situação não melhorar, os moradores só terão água em casa a cada dois dias e será decretado estado de calamidade pública. Todos os eventos públicos estão suspensos no município. "Temos que pegar água em açudes para levar para a estação de tratamento", diz. Pelo menos 1,1 mil alunos das escolas estaduais e 930 das municipais deixaram de frequentar as aulas. Dois postos de saúde estão fechados.

Enquanto a chuva não chega, os moradores fazem o que podem. A Sanepar está enviando caminhões-pipa com cerca de 50 mil litros de água ao dia captada de Santo Antônio do Sudoeste para suprir as necessidades básicas dos moradores. A Casan providenciará pelo menos mais quatro caminhões. A água será tratada para ser distribuída à população.

Na área rural, as propriedades com poços artesianos conseguem se manter. Os agricultores que não têm poços abrem valas na terra e forram com lonas plásticas para encher de água.

O chefe regional da Casan, Marcelo Roth, diz que a estiagem atinge as duas cidades desde no­­vembro do ano passado. O déficit hídrico chega hoje a 800 milímetros. Apesar da previsão do Ins­­tituto Tecnológico Simepar apontar pancadas isoladas para este fim de semana, a chuva deve chegar com força apenas em maio.

Interior

Em outras regiões do Paraná, a estiagem deixa municípios em estado de alerta. A Sanepar considera em estado de alerta cidades cujos mananciais ainda têm água suficiente para o abastecimento, mas que podem ficar comprometidos caso não haja chuva nos próximos 10 dias.

Nas regiões Norte e Noroeste, as cidades mais atingidas são Umua­rama, Arapongas, Santo Antônio da Platina, Cornélio Procópio e Lon­­drina – onde alguns poços ar­­tesianos já sentem a falta de água. Pelo menos um terço da cidade de Londrina é abastecida por poços.

No Sudoeste, além de Barracão, Dois Vizinhos, Santa Izabel do Oes­­te, Nova Prata do Iguaçu e Ampere estão em estado de alerta.

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