Chuvas matam 3 e causam estragos em mais de 60 cidades do RS

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As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a noite desta quarta-feira (14) causaram três mortes e estragos em mais de 60 cidades. Em Porto Alegre, os bombeiros localizaram o corpo de um jovem que foi arrastado pela correnteza de um arroio no bairro Sarandi, zona norte da capital gaúcha. No município de Rio Pardo, região central do estado, uma mulher de 21 anos e o filho de 3 morreram após a queda de uma árvore sobre sua casa.

Segundo o jornal Zero Hora, Gustavo de Oliveira, 21 anos, foi arrastado na capital ao tentar atravessar o Arroio do Dique, no bairro Sarandi.

Mais de 50 mil pessoas já foram afetadas pelas chuvas que atingem o estado desde a semana passada. São mais de 6.000 desalojados. O governador decretou situação de emergência em 26 cidades.

O Centro Integrado de Comando (Ceic) da prefeitura de Porto Alegre registrou ventos com mais de 80 km/h. Em razão dos estragos causados pelo temporal, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre suspendeu as consultas ambulatoriais na manhã desta quinta-feira, 15. A instituição registrou quebra de vidros, alagamentos em ambulatórios, queda do sistema de informatização e falta de luz.

Ao menos dez pessoas procuraram o hospital por causa de ferimentos provocados pelo desabamento de parte do telhado da quadra da Imperadores do Samba, localizada na zona sul da cidade. No momento do acidente, cerca de 150 pessoas estavam na local.

Por volta das 5h30 desta quinta, a cidade de Santa Maria, região central do estado, registrou rajadas de vento que chegaram a 90 km/h. Os dados foram divulgados pelo setor de meteorologia. A tempestade derrubou árvores, postes de luz e destelhou dezenas de residências.

A previsão do tempo, segundo os meteorologistas, é de que mais tempestades com fortes ventos, chuvas e granizos atinjam o Rio Grande do Sul entre esta quinta-feira e sexta-feira (16). Mas tempo deve melhorar na capital ainda na sexta (16) e não previsão de chuva no fim de semana, segundo o Metroclima.

Porto Alegre

Em Porto Alegre, o volume de chuva registrado em 24 horas chegou a mais de 50% da média histórica para o mês de outubro (114,3 ml), de acordo com o Sistema Metroclima (Vigilância Meteorológica de Porto Alegre).

O tempo deve melhorar na capital a partir desta sexta (16), sem chuva no fim de semana, segundo o Metroclima. Já o norte e o nordeste do Estado devem registrar chuva com trovoadas na sexta, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Metereologia).

Na capital, pelo menos 22 árvores de grande porte e 38 de médio porte caíram, o que causou bloqueios e lentidão no trânsito. Por volta de 12h, havia 61 semáforos fora de operação e 22 pontos de acúmulo de água na pista, segundo a prefeitura. Algumas linhas de ônibus estão sendo desviadas devido aos estragos.

Segundo as companhias de energia elétrica do Estado, centenas de milhares de consumidores ficaram sem luz na noite de quarta. Em alguns pontos, as distribuidoras ainda estão retomando as linhas de transmissão, priorizando locais como hospitais e escolas. Em Porto Alegre, 70 mil unidades estavam sem luz às 11h30, segundo a CEEE (Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica).

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunatti (sem partido), pediu que os moradores da capital economizem água porque três estações de bombeamento ficaram sem luz até esta manhã, mas a energia já foi retomada.

Estragos

Em São Francisco de Paula (a 126 km da capital, na serra gaúcha), a queda de granizo deixou pelo menos 400 casas destelhadas, segundo levantamento preliminar da prefeitura.

No município de Sapucaia do Sul, na região metropolitana, o granizo do final da tarde destelhou parte do hospital Getúlio Vargas, e cerca de dez pacientes precisaram ser transferidos.

Na zona sul de Porto Alegre, a estrutura da escola Imperadores do Samba, no bairro Praia Belas, desabou, deixando 11 pessoas levemente feridas.

Na cidade de Rio Pardo (a 151 km de Porto Alegre), uma jovem de 21 anos e o filho de três morreram atingidos por uma árvore de grande porte. Katiuscia Severo de Oliveira e o filho Eduardo estavam na cama quando a casa de madeira onde moravam foi atingida pela árvore.

Cerca de 25 estradas estaduais tiveram danos decorrentes da chuva e trânsito interrompido.

Interessados em ajudar os desalojados podem entregar as doações nos quartéis do Corpo de Bombeiros do interior. Na capital, o local de entrega é a Central de Doações, na avenida Borges de Medeiros, 1501.