• Carregando...
O mês de julho está mais “úmido” do que a média histórica em todo o Paraná. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O mês de julho está mais “úmido” do que a média histórica em todo o Paraná.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Um em cada oito municípios do Paraná registrou prejuízos com as tempestades que castigam o estado desde sexta-feira (10). O boletim da Defesa Civil indica 33.310 pessoas atingidas em 50 cidades. Umuarama, na região Noroeste, e Rondon, no Oeste, decretaram situação de emergência. Outras cidades estão levantando prejuízos e avaliam a possibilidade de pedir ajuda aos governos federal e estadual. Os casos mais graves estão concentrados no Sudoeste, atingido por pelo menos dois tornados.

No topo da árvore

Temporais também estão causando estragos em Santa Catarina. Uma criança, uma mulher e três homens precisaram ficar quatro horas de topo de árvores esperando por resgate de helicóptero depois que a casa onde moravam em Saudades (SC) foi levada pela enchente. A solução foi acionar o helicóptero da Polícia Civil, que devido ao mau tempo, só conseguiu decolar mais de duas horas depois da base em Chapecó. Em Santa Catarina, as chuvas afetaram 2.870 pessoas em 45 municípios. Oito pessoas ficaram feridas e duas morreram.

Depois do susto e dos estragos provocados por chuvas e ventos fortes, agora é o nível do Rio Marrecas que preocupa os moradores de Francisco Beltrão. Voltou a chover e alguns rios da cidade – como o Lonqueador e o Progresso, que fazem parte da bacia do Marrecas – já saíram do leito normal. Ao menos 16 famílias foram retirar as famílias das áreas de risco e levadas para abrigos públicos. Uma parte do parque Alvorada também já está embaixo d’água.

Abalo Psicológico

Em Mariópolis, que também foi atingida por um tornado na segunda-feira, as equipes iniciaram levantamento de estragos. Não há ainda estimativa do prejuízo. Foram danificadas 50 moradias, das quais cinco completamente destruídas. O número de pessoas afetadas chegou a 306, sendo que 50 ficaram feridas. “Algumas tiveram alta no mesmo dia, mas foi um abalo psicológico. Apenas duas permanecem em observação a unidade hospitalar”, conta a coordenadora local da Defesa Civil, Maristela Paulek.

A previsão inicial é de que os prejuízos irão ultrapassar os R$ 5 milhões. Dados da estação meteorológica do Iapar mostram que a média histórica para o mês de julho é de 130 milímetros, mas somente nos últimos oito dias, já choveu 238 milímetros no município. O Rio Marrecas já está 3 metros acima do nível normal e continua subindo, embora tenha reduzido o ritmo nas últimas horas. A secretária de Assistência Social de Francisco Beltrão, Ana Lúcia Manfrói, afirma que toda estrutura da prefeitura está à disposição da população, principalmente os veículos para transporte de mudanças.

Emergência

Curitiba anda mais úmida do que o normal

Depois de dias sequenciais de chuvas, com algumas aberturas de sol, a previsão do Simepar é de que o final de semana será de tempo firme. Curitiba e as cidades da Região Metropolitana, que andam mais úmidas do que costumam ser nesta época do ano, sentirão os reflexos da calmaria. “As chuvas estão perdendo intensidade, ficando cada vez mais fracas”, alega o meteorologista Samuel Braun. “O tempo segue um pouco instável, mas já podemos praticamente descartar os riscos de nuvens mais carregadas ou temporais”, completa.São José dos Pinhais foi o único município da RMC a sofrer impactos mais severos dos temporais dos últimos dias, com forte incidência de chuvas de granizo.

Além de Umuarama e Rondon, que juntas tiveram mais de mais de 2,4 mil pessoas afetadas e 130 casas avariadas, outras cidades podem decretar situação de emergência. Na escala da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Paraná, a situação de emergência de ambas as cidades é correspondente ao nível 2 – dos desastres de médio porte que podem ser absorvidos pelos municípios. O índice varia entre 1 e 4. De acordo com o tenente Marcos Vidal, a situação é preocupante, mas controlada. “Estamos dando prioridade às regiões mais afetadas e monitorando novas incidências. Nosso efetivo está conseguindo absorver o volume de ocorrências”, afirma.

A Defesa confirmou a morte de uma pessoa em Araruna, na região Centro Ocidental do estado. Um jovem tentou atravessar um rio durante um temporal de sexta-feira para sábado (11) e foi arrastado pela correnteza.

Francisco Beltrão é a 10ª cidade do Estado que mais registrou desastres desde 1980: são 79 casos. O levantamento é da Defesa Civil do Paraná e Curitiba ocupa o primeiro lugar, com 216 desastres.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]