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Em Matinhos, pescaria continuava interrompida ontem por causa do mar revolto, apenas um pouco mais calmo que na segunda-feira, dia das maiores ondas | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Em Matinhos, pescaria continuava interrompida ontem por causa do mar revolto, apenas um pouco mais calmo que na segunda-feira, dia das maiores ondas| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
  • Veja como se forma um ciclone

O ciclone subtropical que se encontra próximo aos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul também teve consequências no litoral paranaense. Na segunda-feira, em cidades como Matinhos, Guaratuba e Paranaguá, foram registradas ondas de até 2 metros de altura, ventos fortes e chuvas moderadas, o que fez com que muitos banhistas e pescadores desistissem de entrar no mar. Ontem, as águas estavam um pouco mais calmas, mas a pescaria ainda estava interrompida, e os banhistas mais receosos não se arriscavam a enfrentar as ondas. "Os surfistas gostam, há até um nome para as ondas mais procuradas – ‘metrão’ –, mas o recomendado é ficar na parte rasa, para evitar que as correntezas levem o banhista para o fundo do mar", aconselha o soldado do Corpo de Bombeiros de Guaratuba Maurício Nunes da Silva.

Em Matinhos, segundo o presidente da colônia de pescadores, Mário Hanek, cerca de 60 canoas estavam paradas por conta do mau tempo. "O pessoal está evitando entrar no mar, pois o perigo de a canoa afundar ou ficar avariada é grande, além do risco à vida do pescador", afirma. De acordo com ele, desde o fim do carnaval o tempo está instável no litoral. "Está soprando um vento forte do leste, que nós chamamos de lestada, e com o ciclone ficou ainda mais complicado", descreve.

Com a impossibilidade de sair para o mar, muitos pescadores aproveitaram para realizar consertos nas embarcações e redes, mas o prejuízo já está batendo à porta. "Quando se trata de sobreviver da pesca, um dia que você deixa de sair já é prejuízo na certa", afirma Hanek.

Apesar do tempo instável no litoral, o meteorologista Ha­­milton Carvalho, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Brasília, afirma que o ciclone, que teve origem entre a costa do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, não deve avançar para o Paraná nem provocar alertas como os observados nos estados vizinhos. Segundo ele, o sistema deve se movimentar em direção ao Ocea­no Atlântico, afastando-se do continente. Por conta disso, a partir de hoje, a previsão é de que as chuvas e ventos fortes percam intensidade. "Os ventos não devem passar de 40 km/h no Paraná, e as chuvas mais fortes devem ocorrer em áreas isoladas", emenda o meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar Fernando Mendes.

Por conta da baixa intensidade do fenômeno, a 8.ª Coorde­nadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná, com sede em Paranaguá, não emitiu nenhum alerta. "Não nos foi passado ne­­nhum alerta por parte da coordenadoria em Curitiba. Claro que estamos de prontidão, pois há um ciclone rondando o Paraná, mas as únicas ocorrências relacionadas ao fenômeno são a presença de ondas grandes e de mar um pouco agitado", explica o capitão Jonas Emmanuel Ben­ghi. De acordo com ele, a única recomendação é para que turistas e moradores sem experiência evitem entrar no mar durante esse período, especialmente em áreas isoladas.

SC e RS

Os municípios litorâneos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que têm um litoral mais ex­­tenso do que o Paraná, foram os mais atingidos pelo ciclone subtropical. Chuva forte, ondas de até 4 metros e rajadas de ventos que ultrapassaram os 40 km/h foram registradas nos dois estados. Ontem, o ciclone, que está em constante deslocamento, se aproximava das costas gaúcha e catarinense, provocando ressaca e estendendo até o fim da tarde o alerta da Marinha sobre as condições desfavoráveis de navegação e pesca. De acordo com Ha­­milton Carvalho, do Inmet, como o ciclone estaria se afastando da costa, as rajadas de vento e chuvas intensas devem se concentrar em alto-mar, onde os ventos podem chegar a até 100 km/h.

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