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Vazão das Cataratas 5 vezes maior

Com água em sobra no Paraná, a vazão das Cataratas do Iguaçu, nos limites entre Brasil e Argentina, aumentou cinco vezes. Na tarde de ontem, o volume de água no mais famoso atrativo turístico do estado chegou a 7.260 mil metros cúbicos por segundo (7,26 milhões de litros por segundo). O patamar considerado normal é 1,5 milhão de litros.

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Pitanga - O prefeito de Pitanga, na região central do estado, Altair José Zampier (PR), decretou na tarde da última quarta-feira estado de calamidade pública no município, depois que o temporal da madrugada de terça inundou parte da cidade. Em poucas horas, a chuva fez dois rios que cortam a cidade transbordar, alagando 250 casas em 12 bairros, além de 67 ruas. Cerca de mil pessoas ficaram desabrigadas.

O centro da cidade foi o local mais prejudicado, com 12 pontos comerciais invadidos pela enxurrada. Ontem comerciantes permaneceram com as portas fechadas para limpar a sujeira e tentar colocar tudo no lugar.

A violência da água também arrancou 17 pontes e causou estragos em estradas rurais. "Com o decreto de calamidade pública temos cinco dias para contar os estragos e enviar um relatório a Curitiba para que o governo do estado libere verbas para ajudar os moradores e reconstruir a estrutura danificada do município", informou a assessoria de imprensa da prefeitura de Pitanga.

Ontem moradores passaram todo o dia retirando móveis, alimentos e muito barro do interior das residências. "O excesso de lixo no rio ajudou a causar tanto prejuízos. Há pelo menos dois anos temos feito pedidos para a prefeitura limpar o rio, mas até hoje nada foi feito. O resultado vai sobrar para nós", reclama a moradora Lucia Romanichen, de 43 anos, que mora as margens do Rio Ernesto, no centro de Pitanga. "Acordamos com água com um metro de altura, não deu tempo de salvar nada, molhou tudo", conta ela, que em julho deste ano teve o mesmo problema com a chuva. "Na vez anterior o estrago foi pequeno, mas desta vez o prejuízo será maior."

A aposentada Tereza Roth Suchodolack, de 86 anos, foi obrigada a fazer força para recolher todos os móveis e roupas colocados para secar. "Molhou tudo, somente a roupa do corpo ficou seca. Perdi as contas das vezes que tive problemas com as enxurradas e dos pedidos para a limpeza do rio, mas nunca ninguém fez nada", conta.

Já o comerciante Elielton Mar­­celino acredita que teve prejuízos de cerca de R$ 20 mil após a enxurrada invadir o estabelecimento comercial e molhar centenas de fardos de papel higiênico, sacas de feijão e mantimentos que estavam no estoque. "Vou tentar trocar com os fornecedores, mas não acredito que eles irão aceitar. Parte do que molhou será jogada fora", lamenta.

Na unidade veterinária da Secretaria da Agricultura e do Abas­­tecimento do Paraná, funcionários tentavam recuperar parte dos cadastros de produtores rurais, materiais de escritório e medicamento de animais que foram molhados com a chuva.

Por causa da rapidez com que a água invadiu a residência da dona de casa Lídia Dobrolski, somente as louças foram socorridas. "Não deu tempo para nada. Só consegui entrar em casa com o bote dos bombeiros. Vamos ter de comprar tudo novamente."

Na comunidade do Rio do Meio, uma ponte de cerca de 15 metros foi levada com a força das águas do Rio Pitanga. Para chegar ao outro lado da comunidade, os moradores terão de dar uma volta de mais de dois quilômetros. "Já era previsto que isso iria acontecer, pois a ponte foi muito malfeita", diz o comerciante Antônio Galdim.

Na mesma comunidade, o rio trouxe prejuízos e assustou o agricultor José Nelson de Assis, que deixou a sua residência com medo que o Rio Pitanga transborde novamente. "Perdi várias plantações de melancias, sementes de tomate e repolho. Antes de a chuva molhar os móveis, levantamos tudo e esperamos no lado de fora da casa a água baixar o nível. A situação foi pavorosa", lembra o agricultor.

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