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Há 28 anos, a pequena Florestópolis, no Norte do Paraná, foi escolhida para ser o berço da Pastoral da Criança. Tinha todos os requisitos: um cenário de míséria em meio a uma economia baseada na agricultura da cana-de-açúcar. Hoje, a cidade de 11,5 mil habitantes chama a atenção pela drástica redução da pobreza. Entre 2000 e 2010, o índice de domicílios pobres no município caiu de 45% para 18%.

A guinada veio com a chegada da grupo criado pela médica sanitarista Zilda Arns. "A pastoral não foi criada para dar o peixe, mas para ensinar a pescar. Ajudar a crescer não é tão simples assim", comenta Eunice Vicente Cardoso, que participou da implantação do programa, em 1983, e nele permanece.

Além de reduzir a mortalidade infantil de 127 para 28 crianças a cada mil nascimentos, a pastoral promoveu a alfabetização, entre outros fatores que contribuem para o avanço do desenvolvimento humano.

Maria Aparecida Santos Silva é um exemplo das mudanças trazidas pela pastoral. Queria ser mãe, mas sofria abortos contínuos. Com o acompanhamento de voluntárias, fortaleceu-se com os nutrientes certos e conseguiu levar a gestação até o fim. Teve dois filhos, hoje adultos. Maria passou a ser membro da pastoral e presta à comunidade o mesmo serviço que recebeu.

Políticas

Em paralelo à pastoral, Florestópolis passou a desenvolver políticas educacionais e de geração de renda. Um dos marcos foi a criação do Centro de Atendimento Integrado ao Adolescente e à Criança, projeto que oferece atividades em contraturno escolar.

Outra inovação foi a melhora no transporte escolar para universitários que estudam em Londrina, Jandaia do Sul e Porecatu.

Quanto à renda, o problema é a entressafra. A presença de usinas de álcool e açúcar faz com que a economia local esteja ligada à safra da cana – de abril a novembro. O trabalho fica atrelado a esse período do ano. "É quando a assistência social do município mais atua", conta o prefeito Onício de Souza.

Para garantir o aquecimento da economia nesses períodos, a administração tem feito parcerias para atrair novas empresas, aumentando a geração de empregos. "Estamos, inclusive, oferecendo transporte para quem vai em busca de serviço nas cidades vizinhas. Eles trabalham lá, mas consomem aqui, o que movimenta o comércio", pondera.

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