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As cidades que figuram entre os dez primeiros lugares no ranking paranaense têm juntas uma população de 99,2 mil pessoas – 6,2 mil a menos que o 16.º maior município do estado, Campo Largo, por exemplo. Não é mera coincidência o fato de cidades pequenas ocuparem a liderança do ranking paranaense no Índice de Responsabilidade Fiscal, de Gestão e Social (IRFGS). A tendência segue a lista nacional e há um bom motivo para isso, acredita a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

"As cidades pequenas são mais fáceis de administrar", afirma o presidente da CNM, Paulo Ziulkoske. Segundo ele, num município menor, o prefeito tem condições de saber o que ocorre na sua administração, em cada ponto. Já as cidades grandes não conseguem isso. As cidades mais bem colocadas apresentam outra particularidade, como constata o consultor e professor de Gestão da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luciano Salamacha: elas têm uma população estabilizada, ou negativa, ou muito baixa. No Paraná, por exemplo, das dez primeiras cidades, cinco diminuíram suas populações entre 2000 a 2005, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na contramão dessa relação – baixo crescimento populacional com a classificação no estudo – está Curitiba, com seus 1,7 milhão de moradores. A capital paranaense ocupa o 3.578.º lugar na lista e no Paraná perde para Ponta Grossa, Maringá, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu. Ainda assim, a cidade consegue ser a 10.ª melhor capital do Brasil. Curitiba apresentou um bom desempenho fiscal, mas a performance no quesito social e de gestão foi o extremo disso.

Quando se considera somente o ranking fiscal, Curitiba ocupa o 344.º lugar, alcançando uma pontuação de 0,576, considerado bom pela pesquisa. Já nos rankings de gestão e social, a cidade cai para a 3.998.ª e 4.174.ª posições, respectivamente, apresentando notas 0,323 e 0,360, muito abaixo da média conseguida pelo estado, que ficou em 0,5 em gestão e 0,52 em social.

"Curitiba paga o preço por ser capital", avalia Salamacha. Segundo ele, apesar de ter uma boa estrutura financeira, a cidade acaba absorvendo as populações que fogem das pequenas cidades. Com isso, o número de escolas, de postos de saúde, de pessoal, enfim, tudo o que gera os serviços sociais aumenta muito mais que a arrecadação conseguida com a nova população. (EB)

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