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Evento

Confira alguns destaques da programação do segundo dia da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras. O tema de hoje é a Reinvenção do Governo a Partir das Cidades:

8 horas

> Conferência internacional de redes sociais – Minicurso 1: Introdução ao netweaving, com Augusto de Franco (Escola de Redes).

9 horas

> Mesa de abertura – A reinvenção do governo a partir das grandes cidades, com Clay Shirky (Universidade de Nova Iorque) e Jordi Borja (Universidade da Catalunia).

13 horas

> Conferência internacional de redes sociais - O poder de organizar sem organização, com Clay Shirky.

15 horas

> Conferência internacional de redes sociais - Sistemas socioeducativos, comunidade de aprendizagem em rede e arranjos educativos locais, com Augusto de Franco, José Antonio Fares (Sesi-PR), José Pacheco (Escola de Ponte) e Luiz Fernando Guggenburger (Vivo).

> 1º Encontro internacional de cidades de médio porte - Como cidades de médio porte podem alcançar o su­cesso urbano, com Jordi Borja. Apre­sentação de cases por Cézar Busatto (Santa Maria), Ron Littlefield (Chatta­nooga, EUA), Hélio Santos (Campinas) e Sílvio Barros (Maringá).

17 horas

> Depoimento – Criatividade, coragem e inovação para o desenvolvimento de Austin, Texas, com Will Wynn (ex-prefeito de Austin).

> Conferência internacional de redes sociais –Simpósio de Escola de Redes – Desconferência.

19 horas

> Palestra Magna – A cidade como organismo vivo, com Steven Johnson (Universidade de Nova Iorque)

Serviço:

A conferência, promovida pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em parceria com as prefeituras de Curitiba, Lyon (França), Londres (Inglaterra), Bengaluru (Índia) e Austin (Estados Unidos), acontece no Centro de Eventos da Fiep, Av. Comendador Franco, 1.341, das 9 às 19 horas. Informações pelo site www.cidadesinovadoras.org.br.

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Inovação é cortar o orçamento

"Inovação é cortar um zero do orçamento. Sustentabilidade é cortar dois". Esse é o mantra repetido pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner. Prefeito de Curitiba três vezes e governador do Paraná ou­­tras duas, Lerner defendeu ontem na Conferência Interna­cional das Cidades Inovadoras que a implantação de soluções simples e baratas pode ter um efeito maior e mais ágil nos problemas das grandes cidades do que projetos grandiosos.

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São as cidades que têm o poder de mudar o mundo. E por isso elas precisam ganhar mais poder do que têm hoje. Essa é a conclusão dos especialistas que participaram da primeira mesa de debates promovida pela Con­ferência Internacional das Cidades Inovadoras, iniciada ontem em Curitiba. O debate, que reuniu especialistas de três países, abordou o reflorescimento das cidades e o papel delas como protagonistas das transformações globais.

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Segundo o escritor e especialista em redes sociais Augusto de Franco, a tendência é que as cidades "roubem" poder dos governos nacionais. Isso acontecerá depois que elas criarem uma sociedade em rede de múltiplas comunidades. E a responsabilidade por essa revolução quase invisível, segundo ele, é a internet.

"É impossível impedir o reflorescimento das cidades, pois elas são feitas por pessoas e por comunidades que hoje, por meio das plataformas virtuais, se conectam, trocam experiências, sem a interferência do Estado", explica. "As cidades se tornarão cada vez mais independentes, serão organismos cada vez mais plurais e democráticos. Ao mesmo tempo, estarão condenadas a inovar permanentemente", completa.

Qualidade de vida

Para a norte-americana expert em urbanismo Carol Coletta, presidente da entidade CEOs For Cities – rede de líderes urbanos dedicada à criação de uma nova geração de cidades –, "a população em geral não está interessada em inovação. Está interessada em viver melhor. A inovação, por sua vez, está a serviço da qualidade de vida".

O objetivo da organização, criada nos Estados Unidos há pouco mais de dez anos, é guiar e motivar as cidades, através de estudos e pesquisas, a encontrar soluções criativas para os seus principais problemas. "A maior dificuldade, no entanto, é convencer não só a população, mas também os administradores, e realizar essas mudanças. Falta a eles ousadia, confiança e liderança para aceitar e entender esses novos conceitos. Geralmen­te, eles querem saber se outra cidade já fez algo semelhante antes e qual é a maneira mais eficiente de colocar essas ideias em prática. Infelizmente, no mundo em que vivemos, existem muito mais seguidores do que líderes".

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Uma das análises lançadas pelo CEO for Cities e que já tem sido colocada em prática por algumas cidades norte-americanas, entre elas Chicago, é o Di­­videndos das Cidades, que estima um ganho total de US$166 bilhões por ano se todas as re­­giões metropolitanas dos Estados Unidos se engajarem a realizar três metas: aumentar em 1% por ano a presença de seus habitantes nas universidades; diminuir em 1% ao ano o número de pessoas na faixa de pobreza; e diminuir em uma milha (1,6 quilômetro) por dia o deslocamento de cada carro.

Exemplo

Londres, na Inglaterra, é um dos principais exemplos do movimento de reflorescimento das cidades, segundo seu vice-prefeito, Richard Barnes. "Pensou-se que Londres estaria morrendo, pois enfrentava uma grave crise econômica e, consequentemente, altos índices de desemprego e criminalidade. Hoje, contamos com uma economia maior que a de países como Irlanda e Por­tugal", diz.

Um dos segredos do sucesso da capital inglesa está na sua diversidade. Londres é composta por cerca de 50 comunidades étnicas diferentes e a sua população fala mais de 320 línguas diferentes. De cada 5 profissionais empregados na cidade, 2 nasceram em outros países.

O diálogo e a troca de expe­­riências foi fundamental para incorporar realidades tão diferentes em um único lugar. Para que todos possam ser ouvidos e atendidos, a cidade é dividida em 32 distritos onde vivem cerca de 250 mil pessoas. Esses distritos contam com administrações locais responsáveis por prestar serviços à população. "O prefeito é uma espécie de embaixador", explica Barnes.

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