Cidades são protagonistas de inovação

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As cidades sempre estiveram na ponta do processo de inovação que acontece nelas mesmo. É onde as pessoas vivem que se inicia o desenvolvimento, que deve ser perseguido por meio de parcerias entre governo, empresas e sociedade civil. "As cidades são os lugares dos experimentos para que o mundo seja melhor", disse ontem o cientista político Parag Khanna, ex-assessor de política externa do presidente norte americano, Barack Obama.A importância do papel dos municípios foi defendida ontem durante a 2.ª Conferência Inter­nacional de Cidades Inovadoras (Cici 2011), promovida pelo Sis­­tema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e que ocorre em Curitiba até a próxima sexta-feira.

Para Khanna, o mundo está entrando na fase da globalização total, onde nenhuma região domina e todos participam deste novo processo. "O mundo não está mais dividido em países, mas em espaços conectados e não conectados: as cidades." O cientista político destaca a tecnologia e a conectividade entre as pessoas como responsáveis pelo crescimento das cidades. "Brinco dizendo que, se as cidades são soluções, então qual é o problema?", questiona.

Como fazer

Segundo Khanna, as pessoas não devem esperar por um líder para inovar. "A liderança é um problema em muitas situações." O melhor modelo de go­­vernança, segundo ele, é o colaborativo e participativo, em que representantes dos poderes Executivo e Legislativo, empresas, universidades e cidadãos se unem. "Isso funciona muito bem na Ale­­manha e na Suécia. O modelo de governança conectada e que acontece de forma horizontal é uma solução", observou.

Na opinião do cientista político, a democracia não é um elemento prioritário no processo de reflorescimento. Nas grandes cidades que surgem em lugares não democráticos, a tecnologia, que permite a conectividade entre as pessoas, é a principal responsável pelo crescimento.

Em rede

O brasileiro Augusto de Franco, autor de 18 livros sobre desenvolvimento local, capital social e redes sociais, destacou durante o evento que estão surgindo novos tipos de cidades, em rede, que levam em conta o que acontece entre as pessoas. Ele cita Bar­celona (Espanha), Milão (Itália), Lyon (França) e Roterdã (Holanda) como exemplos de cidades-rede.

Para de Franco, as cidades sempre estiveram na ponta da inovação. Atenas, onde surgiu a democracia e o espaço público; Londres, que foi a primeira de­­mocracia de mercado; o Vale do Silício, uma região com empresas voltadas a inovações científicas e tecnológicas.Está ocorrendo um reflorescimento das cidades, observa de Franco, com o surgimento de novos tipos de municípios. No entanto, afirma, as instituições, desenhadas de maneira hierárquica, têm dificuldade em entender as redes sociais. "Grande parte do nosso potencial está sendo desperdiçado", diz.

Nomes

O evento contou ainda com a participação de Rodrigo da Rocha Loures, presidente do Sistema Fiep e do arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná.

Curitiba é elogiada por estrangeiros

Curitiba é uma cidade inovadora, na opinião de Parag Khanna, ex-assessor de política externa do presidente norte-americano Barack Obama. Khanna diz que a capital paranaense é referência por "muitas razões". "O sistema de ônibus é inovador. Há 30 cidades tentando copiar o sistema", exemplifica. Ele destaca ainda a preocupação com o meio am­­biente e a participação social. "É uma cidade sustentável, com cidadãos envolvidos e participantes, onde as pessoas são educadas, informadas e participam. É uma cidade democrática." Já para Alexander Hoefsloot, vice-prefeito de Wageninge, cidade com práticas inovadoras na Holanda, um bom exemplo de Curitiba é a organização da sociedade para combater a violência, através de conselhos de segurança.

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Interatividade

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