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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, fizeram uma descoberta que pode ajudar mulheres que querem ter filhos, mas sofrem de abortos recorrentes. O estudo, publicado nesta segunda-feira (7) na revista “Stem Cells”, indica que o problema é causado pela falta de células-tronco no revestimento do útero. Agora, os cientistas buscam por um tratamento para minimizar as chances de interrupção da gravidez nas pacientes.

“Nós descobrimos que o revestimento do útero em pacientes com abortos recorrentes que estudamos já apresentavam o problema antes da gravidez”, disse Jan Brosens, professor de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Warwick e líder do estudo. “Eu imagino que seremos capazes de corrigir esses defeitos antes de as pacientes tentarem nova gravidez. Na verdade, esta pode ser a única maneira para prevenir abortos nesses casos”.

A equipe de cientistas descobriu que o déficit de células-tronco é a causa mais provável do envelhecimento acelerado do revestimento do útero, que resulta na perda do feto. Estimativas apontam que entre 15% e 25% das gestações terminam em abortos espontâneos, mas uma em cada cem mulheres que tentam ter filhos sofrem de abortos recorrentes, caracterizados pela perda consecutiva de três ou mais gestações.

No estudo, os pesquisadores examinarem amostras de tecidos do revestimento de útero de 183 mulheres e encontraram que uma assinatura epigenética, típica das células-tronco, estavam ausentes em culturas geridas por tecidos retirados de mulheres que sofriam de abortos recorrentes. De fato, um menor número de células-tronco puderam ser isoladas do revestimento do útero de pacientes que sofriam de abortos recorrentes em comparação com o grupo de controle.

Depois disso, os pesquisadores descobriram que a falta de células-tronco acelera o envelhecimento celular no útero. O revestimento precisa ser renovado a cada ciclo menstrual, cada aborto e cada nascimento. E essa capacidade de renovação depende da população de células-tronco. Dessa forma, o déficit dessas células nas pacientes está associado com o envelhecimento acelerado dos tecidos, que prejudica o desenvolvimento do feto.

“Após a implantação do embrião, o revestimento do útero se desenvolve em uma estrutura especializada chamada como decídua, e esse processo pode ser replicado quando células do útero são cultivadas em laboratório”, disse Brosens. “Culturas de células de mulheres que sofreram três ou mais abortos consecutivos mostraram que células envelhecidas no revestimento do útero não têm a capacidade de se preparar adequadamente para a gravidez”.

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