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Atualizado em 9/10/2006 às 19h28

O Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II) está iniciando uma investigação para apurar o incidente que aconteceu no tráfego aéreo do Paraná no último sábado. No início do procedimento de pouso, o piloto do vôo 1851 da Gol teve que fazer uma manobra brusca, tendo que mudar o percurso para desviar de uma outra aeronave. A medida inesperada assustou os passageiros.

"Estamos verificando o que ocorreu realmente. Estamos pegando todas as fitas, todo o material da hora daquele vôo", explicou o comandante do Cindacta II, coronel aviador Ayrton Schultz. Segundo o comandante, não há uma previsão de quando o Cindacta deve ter um posicionamento sobre o incidente. "Temos uma bolha de segurança de 10 quilômetros (que é a distância entre os aviões), se a aeronave invadiu essa bolha já será considerado um incidente de tráfego aéreo", disse. Schultz não quis adiantar o que pode ocorrer se a falha for constatada.

1) Não há como comparar o caso mencionado com o acidente com o vôo1907, por se tratarem de situações distintas.

A Aeronáutica negou, por meio de uma nota divulgada nesta segunda (9), que o desvio tenha sido arriscado. Segundo a nota, o avião da Gol realizou um desvio controlado e amparado pelo controle de vôo e por equipamentos de segurança do próprio avião. "No momento do desvio, as duas aeronaves estavam a uma distânciasegura, a mais de 5 km uma da outra, não tendo existido nenhum tipo de risco para pilotos e passageiros". A Aeronáutica frisa ainda que "não há como comparar o caso mencionado com o acidente com o vôo1907, por se tratarem de situações distintas".

A Infraero de Curitiba informou que como o caso ocorreu ainda no céu, não tem por que se pronunciar. A reportagem da Gazeta do Povo Online entrou em contato com a assessoria de imprensa da Gol e aguarda retorno.

Depoimentos de passageiros

Passageiros que estavam no vôo deram depoimentos para a reportagem da Gazeta do Povo, para a edição desta segunda-feira (9). "O avião estava dando início ao procedimento de pouso quando teve de mudar o percurso para desviar de uma outra aeronave", relatou o passageiro e advogado Eduardo Gomes, que teria avistado o avião "intruso". A ocorrência foi confirmada por outros três passageiros como um quase-acidente.

De acordo com o empresário Jean Lebouis, que também estava no vôo, os passageiros ficaram muito assustados. "Não enxerguei o outro avião porque estava sentado na poltrona do corredor, mas era perceptível que algo de errado estava ocorrendo", afirma. Lebouis se diz aliviado quando lembra do acidente com o Boeing 737 da Gol, que no último dia 29 de setembro colidiu com um jato Legacy em pleno ar.

"A posição das aeronaves era semelhante ao do desastre da semana passada. De repente, outro avião entrou na rota e o comandante precisou desviar", conta. Após a manobra, os quatro passageiros entrevistados afirmam que o piloto responsável pelo vôo informou, pelo sistema interno de comunicação, o motivo da alteração brusca do trajeto. "Ele disse que um avião particular, que teria saído do aeroporto do Bacacheri, estava na mesma altitude, o que motivou o movimento brusco", afirma o advogado Lúcios Oliveira.

Outro passageiro, que não quis ser identificado, explica que, quando o avião arremeteu o pouso, a impressão que dava era de que a aterrissagem seria realizada em outra localidade. "Foi um episódio assustador e ao mesmo tempo muito rápido. No início, ninguém sabia ao certo o que estava ocorrendo. O avião deu uma volta de aproximadamente 10 minutos até conseguir retornar à rota normal", relata.

O advogado Eduardo Gomes diz ter questionado as comissárias sobre o caso. "Elas tentaram amenizar a situação e disseram que não havia riscos de acidente", explica. Não houve pânico entre os passageiros após a manobra, mas, segundo Lebouis, o burburinho foi geral. "Todos comentaram com preocupação o caso. Poderia ter resultado em um segundo desastre aéreo, só que desta vez em Curitiba."

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