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Assista às imagens do resgate feitas pelo cinegrafista

Em Belo Horizonte, a chuva voltou a causar prejuízos na quinta-feira (22). A enxurrada arrastou carros, arrancou asfalto e inundou casas de quem já havia perdido tudo no réveillon. Foi a segunda enchente no Ribeirão Arrudas em menos de um mês. Choveu forte durante quase uma hora.

O Ribeirão Arrudas subiu rápido e tomou conta de ruas e avenidas. Moradores ficaram ilhados. "Quando cheguei, vi uma turma de pessoas correndo. Quando eu olhei para frente, vi aquela tromba d'água", conta o pintor de produção Alexandre Fernandes.

Muitos veículos foram arrastados e, no meio da correnteza, um caminhão parecia de brinquedo. Após bater em um poste, ele desapareceu debaixo do viaduto.

Imagens feitas por um cinegrafista amador mostram um salvamento dramático: o homem sobe em cima do carro para escapar da forte correnteza. A água sobe rápido. Ele abandona o veículo e se agarra ao poste de um sinal de trânsito. Outro rapaz também tenta se salvar assim, poucos metros à frente. Só de helicóptero os bombeiros conseguem resgatar os rapazes, um de cada vez.

Em outro ponto, os ocupantes de um carro são retirados com a ajuda de uma corda. Eles têm dificuldade, mas conseguem atravessar a via alagada.

'Pernas bambas'

A água invadiu dezenas de imóveis e arrastou tudo que tinha pela frente. O muro foi a única proteção de uma casa, enquanto os moradores retiravam o que podiam. Só depois que a água baixou deu para ver os estragos. "Eu fiquei com as pernas bambas e a minha boca secou de tanta água que vi", diz a aposentada Terezinha Barbosa.

Muitas famílias tiveram de abandonar as casas. "O rio foi enchendo e entrou em cinco minutos, de uma vez. Quando olhei pela janela, falei: 'vou salvar os meninos'. Tinha dois bebês, um de sete meses e outro de 3 anos, dormindo na cama", lembra a telefonista Alessandra Portugal.

O asfalto foi arrancado em diversos pontos. Placas de concreto se soltaram das calçadas. Em um centro comercial, sobrou muita lama. Na farmácia, só restou o estoque das prateleiras mais altas.

O muro de uma floricultura, reconstruído logo depois do temporal do réveillon, desabou. "Está até sem jeito de ter expectativa aqui, entendeu? A gente não sabe nem o que fazer, como recomeçar?", questiona o comerciante Nisley José de Moura.

Os donos ficaram desolados. "É muito difícil saber que tudo que a gente tinha se foi. Perder tudo assim é muito triste", lamenta a comerciante Joelma de Lima Moura. Asfalto arrancado

Na manhã desta sexta-feira (23), não choveu mais na capital mineira, mas a água que inundou vários bairros já baixou e os estragos estão visíveis. A enchente saiu arrancando o asfalto e os buracos dificultam a passagem dos veículos.

Os bombeiros confirmam uma morte, de uma mulher levada pela correnteza. O corpo ainda não foi identificado e está no Instituto Médico Legal (IML).

Segundo a meteorologia, só na quinta-feira choveu 20% do volume esperado para todo o mês de janeiro na região metropolitana de Belo Horizonte.

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