Por causa da situação irregular de uma elefanta, o Circo Moscou, sediado desde o último dia 3 no terreno ao lado do Estádio Pinheirão, no bairro do Tarumã, em Curitiba, foi multado ontem pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e notificado pela Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU) primeira notificação desde que a Lei Municipal 1.246, que proíbe a manutenção, utilização e apresentação de animais em circos na cidade, entrou em vigor, em 2007.
O Ibama autuou o circo em R$ 5 mil por não apresentar a documentação original do animal, apenas cópia. Já a SMU deve multar o circo em R$ 3 mil na segunda-feira por não cumprir a lei municipal. Fiscais da SMU também constataram que o circo não tinha alvará de funcionamento, pelo que foi multado em R$ 400.
Segundo o superintendente do Ibama no Paraná, José Álvaro Carneiro, se os donos do circo não apresentarem a documentação na segunda-feira, a elefanta Bambi, de 46 anos, será transferida para um santuário de animais em Itatiba (SP). "Enquanto essa situação não se define, a elefanta continua no circo, que passa a ser o fiel depositário do animal", explica Carneiro.
O procurador do Circo de Moscou, o advogado Pedro Voltman Martins, afirma que a documentação original do animal foi encaminhada para o Ibama em Brasília emitir uma Guia de Transferência de Animal, já que a elefanta foi doada pelo circo há um mês a um parque temático do Chile. "O animal já não está mais sob a tutela do circo, ele pertence agora ao parque temático", afirma Martins. Entretanto, Carneiro informa que não é prática do Ibama solicitar o documento original do animal para a expedição da guia. "Seria a mesma coisa de uma pessoa ter que deixar o original do RG para expedir outro documento. Isso não existe", contrapõe o superintendente do instituto.
Na cópia do documento apresentado ao Ibama, a elefanta está no nome de outro circo, o Orlando Orfei. "Para não transferir o animal ao santuário, eles terão que explicar tudo isso ao Ibama", aponta Carneiro. Mirko Triska, representante do parque temático Felicilandia, da cidade chilena de Los Andes, para onde o animal deveria ser transferido após a doação, afirma que a elefanta é bem tratada e que não apresenta problema de saúde. "A situação está regular e só estamos esperando a guia de transporte para levá-la ao Chile", aponta Triska.
A boa saúde do animal foi confirmada pelo médico veterinário Wagner Souza Julio, a quem o Ibama solicitou um laudo sobre o animal. "A elefanta está bem e não apresenta nenhum sinal de maus-tratos", aponta Julio, cujo laudo será anexado ao processo administrativo aberto pelo Ibama.
Na opinião da vice-presidente do Movimento SOS Bicho e presidente do Conselho Municipal de Proteção aos Animais, Tosca Zambini, um santuário ou um zoológico seria o lugar apropriado para a elefanta. "Do ponto de vista clínico o animal pode até estar bem. Mas ela vive em um local inadequado, sendo transportado pela estrada, o que gera um desgaste emocional", argumenta. O zoológico de Curitiba não está habilitado pelo Ibama a manter elefantes.
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