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Brasília – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) demonstrou ontem preocupação com o cenário político brasileiro diante das denúncias de corrupção e da compra do dossiê contra candidatos do PSDB por membros do PT.

O presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, disse que a entidade espera tranqüilidade nas eleições, mas teme pelo futuro político nacional. "Não podemos esperar para o futuro situação tão tranqüila que busque o bem comum da sociedade", alertou.

O vice-presidente da entidade, dom Antônio Celso de Queirós, foi mais enfático. Disse que o combate à corrupção é essencial ao país, mas deve aparecer "fora do clima eleitoral". Segundo ele, o episódio do dossiê é apenas uma parte dos escândalos de corrupção que marcam a história recente do país. "Não estamos de olhos fechados, mas a corrupção é muito maior que um ou outro episódio", disse.

Sem falar em nome da CNBB, dom Antônio criticou a sugestão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de voltar a discutir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, depois da tentativa de compra do dossiê por petistas. "Precisamos ver o nível de responsabilidade (do presidente) no episódio. Impeachment não se decreta na véspera da eleição com a possibilidade de ganhar este ou aquele", afirmou.

Os bispos criticaram o tom da campanha eleitoral deste ano, que, segundo eles, privilegiou as acusações à análise dos programas de governo dos candidatos. "O mais lamentável da situação que vivemos é, em vez de discutir eleições, programas de governo, discutimos episódios", ressaltou dom Antônio.

Já o presidente da CNBB disse que, mesmo com o posicionamento político da entidade contra a corrupção, o órgão não se manifesta sobre candidatos ou partidos. "A CNBB não tem partido nem candidato a apoiar. Deixamos toda a liberdade e autonomia aos nossos eleitores. Não queremos bitolar os votos da comunidade católica", disse o secretário-geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer.

Dom Geraldo disse apenas que a CNBB não deseja que o governo Lula seja "malsucedido". Mas reconheceu que o governo do petista ainda não fez "tudo o que precisamos de forma urgente".

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