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Bolsas, investimentos e dívidas |
Bolsas, investimentos e dívidas| Foto:

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pretende reaver cerca de R$ 22 milhões referentes a 65 bolsas de estudo concedidas a bolsistas que estudaram em outros países, mas que não concluíram a pós-graduação ou não voltaram ao Brasil. O órgão, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, é responsável pelo fomento de pesquisas no país e concluiu no passado uma investigação que analisou pesquisadores dos últimos dez anos. O valor corrigido chega a R$ 71 milhões.

No Paraná há somente três casos de estudantes que devem devolver o dinheiro. Um estava vinculado à Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), mas a universidade afirma que não pode interferir nessa questão porque o dinheiro da bolsa é depositado diretamente na conta do pesquisador. Outro bolsista está morando na Espanha há 14 anos e o terceiro não foi localizado. Juntos, os três devem quase R$ 300 mil.

Apesar do grande montante devido, que poderia financiar mais 300 novos pesquisadores no exterior, o número de estudantes que não retornam é pequeno quando comparado ao total de bolsistas que estão em outros países. Somente nos dois últimos anos, cerca de 700 brasileiros foram fazer doutorado fora. Os 65 estudantes irregulares foram encontrados em uma auditoria realizada pelo CNPq em parceira com a Controladoria-Geral da União. Os casos foram encaminhados ao Tribunal de Contas da União para tentar reaver a verba. Há processos em que a dívida ainda está em cruzeiros.

As bolsas são concedidas a pesquisadores por um período de 48 meses no caso do doutorado e 24 no de mestrado. Antes de ir para o exterior, o doutorando assina um termo de compromisso garantindo que após o término dos estudos permanecerá no Brasil o mesmo período que ficou fora. Se estudou durante três anos nos Estados Unidos, deverá ficar aqui pelo menos mais três anos depois da conclusão. De acordo com o CNPq, isso é uma garantia de que o pesquisador vai retribuir à sociedade brasileira o investimento feito nele, já que o estudo foi pago com dinheiro público.

O problema é que muitos estudantes recebem propostas de trabalho e ficam no exterior. Para coibir essa prática, o CNPq está incentivando outra modalidade de doutorado, o chamado sanduíche. Metade dos estudos é feita no Brasil e metade fora, mas o pesquisador só ganha o diploma se voltar e apresentar a tese aqui.

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