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Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA | Divulgação/Polícia de Plam Beach
Ficha da prisão de Sônia Hadad Hernandes, divulgada pela polícia de Palm Beach, nos EUA| Foto: Divulgação/Polícia de Plam Beach

Oito dias depois do assalto a ônibus que resultou na morte do motorista Ricardo Germano Hopaloski, 37 anos, o transporte coletivo de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, voltou a ser atacado por ladrões no fim da madrugada de ontem. Por volta das 5h50, um ônibus da linha Nações 2 foi assaltado por um homem armado com uma faca. Coincidentemente, o cobrador Cristian Cruz, 21 anos, era o mesmo que trabalhava com Hopaloski no dia da morte do motorista.

Ontem, era o primeiro dia de trabalho de Cruz, que ficou afastado devido ao estresse pós-traumático, após o assassinato do colega. Ele voltaria na mesma linha que ocorreu o incidente com Hopaloski, a Eucaliptus 2, mas não se sentiu à vontade e pediu para ser remanejado. O pedido foi prontamente atendido e Cruz foi colocado na Nações 2. Mal sabia ele que o ônibus também seria roubado logo em seguida.

A ação ocorreu na Avenida Islândia, no bairro que dá nome à linha. O criminoso ameaçou o cobrador com a faca e levou o equivalente a 12 passagens de ônibus. Na hora do assalto, o ônibus estava cheio, mas ninguém ficou ferido. Cruz desmaiou e foi levado ao pronto-socorro de Fazenda Rio Grande. Chegou ao hospital abalado e em estado de choque. Foi medicado e liberado no fim da tarde.

Prisão

Ainda de manhã, colegas de serviço ameaçaram armar um novo protesto. Mas com a prisão de um suspeito, os ânimos se acalmaram. Uma ligação anônima levou a polícia até a residência de Diogo Rodolfo da Silveira, 22 anos, que foi reconhecido tanto pelo cobrador como pelo motorista do ônibus assaltado, Carlos Roberto Oliveira.

Silveira foi enquadrado no artigo 157 do Código Penal (roubo) e está preso na Delegacia de Fazenda Rio Grande à disposição da Justiça. "Não fui eu, estão me confundindo. Eu estava em casa na hora do assalto quando me prenderam. Estava saindo para procurar emprego", defende-se Silveira.

Mesmo com o suspeito preso, o clima de apreensão permanece na cidade. "Já fui assaltado 11 vezes. Vou pegar a minha mulher e ir embora daqui [de Fazenda Rio Grande]", afirma Oliveira. "Esse é o primeiro emprego de meu filho. Estamos todos traumatizados", conta o pai do cobrador, Rubens da Cruz.

De acordo com André Isaak, gerente de Recursos Humanos da Viação Nobel, empresa que administra a linha Nações 2, Cruz e Oliveira serão afastados e receberão acompanhamento psicológico. "Depois do tratamento eles vão decidir se querem voltar ou não ao trabalho", explica.

Na semana passada, após o assassinato de Hopaloski, cerca de 2 mil pessoas fizeram um protesto contra a falta de segurança em Fazenda Rio Grande. A BR-116 chegou a ficar fechada por sete horas, o que gerou um congestionamento de dez quilômetros. A estrada só foi liberada após a promessa de que o efetivo de policiais seria aumentado na cidade. Dias depois, policiais militares à paisana passaram a atuar nos ônibus da região metropolitana. Segundo a polícia, desde a morte de Hopaloski, não tinha havido mais nenhum assalto a ônibus em Fazenda Rio Grande – antes a média era de dois assaltos por dia.

Nos últimos oito dias, foram realizadas 13 prisões no município. Dos detidos, oito foram identificados como assaltantes de ônibus. Foram presos também seis suspeitos da morte de Hopaloski. Cinco foram liberados. Apenas um foi reconhecido e permanece preso: Carlos Henrique Vieira Rocha.

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