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Sozinho, cobrador cumpre expediente em estação-tubo da Linha Verde no Novo Mundo: presença coibe vandalismo | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Sozinho, cobrador cumpre expediente em estação-tubo da Linha Verde no Novo Mundo: presença coibe vandalismo| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Cobradores estão fazendo as vezes de vigilantes nas novas estações-tubo da Linha Verde para combater o vandalismo. Embora a prefeitura negue e afirme que a segurança é responsabilidade das empreiteiras, cada estação tem uma dupla de funcionários das empresas de ônibus da capital que cumprem um turno de seis horas. Para a Urbs, os cobradores estão apenas se ambientando aos novos postos de trabalho. Antes da presença deles, no tubo da Lourenço Pinto, por exemplo, garotos usavam drogas e faziam do local uma pista de skate. Ainda sem funcionamento, a Linha Verde será inaugurada no início de maio.

Somente no ano passado, a prefeitura teve um gasto de R$ 340 mil com consertos e reparações nas estações tubo e nos ônibus da cidade. No último domingo, dia de Atletiba, 12 veículos foram depredados. A assessoria de imprensa da Urbs informou que a segurança em geral é responsabilidade do governo do estado. Mesmo assim, foi criada na Guarda Municipal a Patrulha do Transporte, responsável por vigiar as estações tubo. A Urbs também afirma que até a entrega das obras, a responsabilidade sobre a Linha Verde é das empreiteiras, mas a reportagem não encontrou nenhum vigia.

Os atos mais comuns de vandalismo no transporte coletivo são as pichações e quebra de vidros, alçapões e balaústres. Apesar da frequência em outros locais, os cobradores que estão na Linha Verde disseram que não houve casos de depredação. Mesmo assim, o que impera nas conversas entre eles é o medo. Há relatos de um funcionário que precisou conter sozinho uma gangue de 70 vândalos saídos de um show na linha Circular Sul. O grupo invadiu o ônibus, depredou as portas e subiu em cima das estações. Tudo isso à luz do dia.

Risco

Na opinião de Rogério Santana, um dos cobradores na estação Parolim, os "bárbaros" ainda não chegaram até lá porque ainda não há operação, mas diz que os funcionários estão expostos a muitos riscos na maior parte das estações. As ameaças vão desde grupos de pichação ou que não pagam passagem, até perigos mais graves, como assaltos a mão armada.

Outro funcionário, Rafael Jientara, vem de uma família de oito motoristas e cobradores e o vandalismo é um tema recorrente nas conversas familiares. "Meu pai foi assaltado e levaram tudo, até os pertences dos passageiros. Os ladrões já sabem até a hora certa". O receio dos cobradores é que a Linha Verde se torne um local atrativo para os bandidos.

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