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Viver num ambiente de graduação e pós-graduação; contar com professores qualificados (a maioria mestres e doutores) que também integram o corpo docente de cursos superiores; cumprir carga horária superior que a normal; realizar um grande projeto interdisciplinar a cada ano; e, se preferir, participar de atividades extracurriculares em períodos alternativos. Esses são alguns dos diferenciais que contribuíram para que os alunos do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) – atual Universidade Tecnológica Federal do Paraná – tivessem o melhor desempenho de Curitiba no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2005. Para poder usufruir disto tudo, porém, esses estudantes tiveram que encarar rigorosa seleção, que gira em média de 20 candidatos por vaga.

"Este resultado é uma conjugação de todos estes fatores", comemorou o pró-reitor de graduação da instituição, Carlos Eduardo Cantarelli. A força de vontade e o empenho dos servidores que trabalham na instituição também são detalhes que devem ser levados em consideração. Em 2005, o Cefet do Paraná teve um orçamento que ficou na casa dos R$ 100 milhões, sendo que 90% disto foi empregado para cobrir gastos com pessoal.

O ambiente de seriedade e responsabilidade também seria outro dos principais segredos. No Cefet-PR os alunos do ensino médio convivem com acadêmicos de graduação, especialização, mestrado e doutorado. A carga horária do curso também é maior, são 2,7 mil horas contra as 2,4 mil normais exigidas pelo ensino médio.

Estudar no Cefet-PR era um sonho para a estudante Pamela Aragão Henriques, 17 anos, que tinha um vínculo com a instituição antes mesmo de nascer. A mãe de Pamela, Edith, a carregou na barriga quando era a única mulher a cursar o técnico em Elétrica. "Inclusive ela começou a se sentir mal aqui, antes de entrar em trabalho de parto." Hoje Pâmela passa o dia todo na instituição – durante a manhã trabalha no departamento de recursos humanos e à tarde ocupa banco da sala de aula em uma das turmas do terceiro ano.

A forte ligação emocional não é bem explicada pela coordenadora do Ensino Médio da unidade Curitiba do Cefet-PR, Enilde Martins. "Eu não sei o que ocorre com este ambiente que geralmente quem passou por aqui sempre acaba voltando", lembrou. Tanto ela como Cantarelli, fizeram o ensino médio no Cefet-PR entre os anos de 1975 e 1978. "E hoje estamos de volta, trabalhando na instituição."

Instituições de linha militar que tiveram bom desempenho no Enem, em Curitiba, colocam a concorrida seleção e o ensino rígido como segredos do sucesso. O Colégio Militar de Curitiba – que possui uma gestão mista, pois cobra de seus alunos uma contribuição mensal obrigatória de R$ 120 – é uma delas. De acordo com o diretor, o tenente-coronel Pedro Josemar Pereira dos Santos, a qualidade do corpo docente e dos próprios alunos contribui para o bom resultado. "Há uma cobrança com muito rigor, feita em parceria com os pais, em se ter eficiência nos trabalhos escolares", disse.

No Colégio Estadual da Polícia Militar, que se colocou como o segundo entre as escolas estaduais, com uma pontuação de 61,63, o comandante, major Nilson Carlos Rosa, acredita que a boa nota obtida pelos alunos tem a ver com a proposta pedagógica. "Possui características militares e isso um diferencial. Cobramos disciplina e hierarquia que a vida civil também impõe", disse.

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