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Mudança de comportamento

O maior desafio da nova proposta da prefeitura de Curitiba será motivar as pessoas a tomarem conta do próprio lixo. Reservar um tempo para separar o material reciclável em casa, ir à estação e depositar cada item em seu devido nicho representa uma mudança de comportamento, o que pode gerar dúvidas, críticas e até um eventual desestímulo à separação dos resíduos reaproveitáveis.

No entendimento do secretário municipal de Meio Ambiente, Renato Lima, isso não deve ocorrer. "O cidadão de Curitiba sempre apoiou esse tipo de iniciativa. Em vez de armazenar o lixo em casa, onde os espaços são cada vez menores, e esperar até três dias pelo caminhão [do Lixo que não é lixo], a pessoa vai poder levar até a estação", argumenta.

Para estimular a mudança, o Executivo municipal fará uma campanha educativa, que inclui a distribuição de uma cartilha explicativa na área de abrangência das estações. Além disso, vários atores da sociedade – como a comunidade escolar e os próprios moradores – devem ser envolvidos no processo.

Ferramenta

"A cidade tem um histórico de inovação no quesito do lixo. E a estação tem uma característica inovadora. É uma ferramenta de gestão de serviços dentro de uma estratégia de colaboração com a sociedade", reitera o secretário. A iniciativa das estações está inserida em um projeto de reeducação e conscientização ambiental, no âmbito da campanha "Reduza, reutilize, recicle, faça a sua parte", que tem como personagem principal o Dr. Sigmundo e que estimula a redução da produção de lixo pela população.

Segundo a prefeitura, desde o início da campanha, lançada em abril, houve redução de pouco mais de 1% do volume total de resíduos produzidos na cidade, e de 12% na quantidade de lixo reciclável.

Modelos

Estão previstos cinco tipos de estações de sustentabilidade. A intenção é que no futuro haja uma estação em cada bairro de Curitiba:

Básico

Contêiner adaptado com divisores para materiais recicláveis. Valor: R$ 50 mil a R$ 70 mil

Modelo 1

Itens do básico mais uma caçamba para resíduos vegetais e de construção. Valor: R$ 180 mil

Amplo

A ser anexado aos 21 barracões do Ecocidadão. Serão chamados de parques da reciclagem. Valor ainda não definido

Caminhão

Modelo em formato de caminhão para receber resíduos de construção. Valor não definido

Móvel

Modelo básico posto sobre um caminhão para ser usado em eventos. Valor não definido

A nova aposta da prefeitura de Curitiba na área de coleta seletiva de lixo vai exigir mais empenho dos cidadãos. A primeira Estação de Sustentabilidade será inaugurada hoje, em uma área de divisa entre três importantes bairros da capital: Boa Vista, Cabral e Bacacheri. A partir de agora, os moradores serão incentivados a levar o material reciclável até um contêiner marítimo adaptado.

INFOGRÁFICO: Confira as novidades da nova estação de coleta

E não bastará colocar tudo numa sacolinha e depositar em um grande latão. Será necessário realmente separar cada tipo de material. No caso de uma garrafa PET, por exemplo, é preciso retirar o rótulo e a tampa – cada um vai para um recipiente distinto – e ainda amassar a embalagem antes de botá-la em outro compartimento. O contêiner adaptado também tem espaço para latas de alumínio e outros metais, vidro incolor e colorido, papel branco e colorido, papelão e embalagem longa vida.

O projeto foi inspirado em modelos de coleta praticados na Suíça e no Japão, onde cada um é responsável pela gestão do lixo que produz. O objetivo da prefeitura é, no futuro, ter estações dessas em todos os bairros da cidade. Cada ponto possui um raio de abrangência de cerca de 300 metros de distância (cerca de três quadras). Após um período de avaliação, que deve durar cerca de um ano, a prefeitura estuda, entre outras medidas, dispensar a passagem do caminhão do Lixo que não é lixo dentro da área abrangência da estação, mas isso vai depender da resposta da própria comunidade.

A primeira estação foi instalada na Rua Flávio Dallegrave, entre a Avenida Paraná e a Rua Jovino do Rosário (rápida Boa Vista/Centro). Outras duas estações estão previstas ainda para 2014: na Rua João Gbur e na Avenida Paraná. No início do ano que vem, deve começar a funcionar uma unidade na Vila Verde (CIC), que também receberá resíduos de construção civil e restos vegetais (como galhos de árvores). O sul de Curitiba foi escolhido para receber esse modelo de estação porque é a região que mais cresce na cidade, com obras feitas por pequenos construtores, entre outros fatores.

Ritmo

São cinco modelos de estações de sustentabilidade. A previsão é instalar 75 pontos em dois anos, mas o ritmo vai depender da participação popular. O projeto foi desenvolvido por técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A própria estação é fruto de uma reciclagem. São contêineres com a vida útil vencida.

Com capacidade para 5,7 mil litros, cada estação terá um cronograma específico para o recolhimento do lixo. Como é uma novidade, a prefeitura ainda não sabe se encherá em um dia ou em um mês. Quem vai gerir as estações são as cooperativas de catadores. A do Boa Vista está a cargo da associação do Parolin.

Trata-se de um projeto-piloto, ampliado em relação aos que já existem em São Paulo, Porto Alegre e Recife – que são menores e administrados pelo município. A ideia é envolver o cidadão na gestão do lixo, fazendo com que perceba, entre outros aspectos, a quantidade de resíduos que produz.

Cerca de 20% do lixo reciclável de Curitiba é coletado pelo programa Lixo que não é lixo. O restante é recolhido por catadores.

Estação de Sustentabilidade

Assista a uma animação divulgada pela prefeitura de Curitiba mostrando como funciona a Estação de Sustentabilidade. A animação é somente um exemplo genérico. A aparência e os itens do atual equipamento urbano inaugurado na Rua Flávio Dallegrave, entre Boa Vista, Cabral e Bacacheri, são um pouco diferentes.

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