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Deficiências na coleta seletiva feita pelo caminhão do programa Lixo que não é Lixo da prefeitura de Curitiba e a sujeira deixada pelos catadores nas calçadas dos bairros Campina do Siqueira e Bigorrilho são alvo de reclamações constantes dos moradores. Hoje, cerca de 30 síndicos dos dois bairros vão manifestar essa insatisfação numa reunião com o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto.

"A prefeitura abriu mão de fazer a coleta seletiva e os carrinheiros têm usado as calçadas dos bairros como centro de triagem", reclama o presidente da Associação de Moradores e Empresários do Bigorrilho e Campina do Siqueira (Abicam), Paulo Bueno Netto. De acordo com os relatos dele, o caminhão do Lixo que não é Lixo, que faz a coleta seletiva formal, passa, mas não pára. "Eles deixam para os catadores. Tem sido conveniente para a prefeitura não executar a coleta."

Além das reclamações, os moradores do Bigorrilho e Campina do Siqueira pretendem apresentar uma proposta que já foi implantada em um dos condomínios da região: o caminhão da prefeitura entra no prédio para fazer a coleta. "Assim não precisa deixar lixo na calçada", diz Netto. Segundo o levantamento da Abicam, para atender os dois bairros seria necessário um caminhão que fizesse todos os dias 32 viagens.

Os moradores defendem também que os catadores tenham outro papel no processo: ou seriam tranformados em funcionários da prefeitura ou a coleta ficaria apenas a cargo da prefeitura, que encaminharia o material para a cooperativa de catadores. "A sociedade hoje está escravizando os carrinheiros", diz Netto.

Conforme Waldomiro Ferreira da Luz, presidente do Instituto Lixo e Cidadania, entidade que representa cerca de 500 catadores, os associados não costumam espalhar lixo nas calçadas, pois são orientados. Ele diz que para os moradores se livrarem do incômodo devem procurar uma associação. "Combinando o horário, não terão mais problemas, pois os catadores da associação recolhem tudo e não sobra para os catadores que fazem a bagunça", diz.

Segundo a coordenadora de resíduos sólidos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Marilza Oliveira Dias, a prefeitura entende que a coleta formal realizada hoje em 100% da cidade é suficiente para atender a demanda. O caminhão do Lixo que não é Lixo passa nos dois bairros a partir das 15h30, três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas-feiras. "Nós vamos estudar as reivindicações e tentaremos disciplinar melhor um único horário para a coleta de lixo reciclável na região", diz. Mas, segundo ela, a proposta de coleta no interior dos condomínios não é possível. "Em algumas situações pontuais podemos avaliar, mas não como regra, isto geraria um ônus de custo e tempo para toda a população."

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