A falta de coletores de lixo em Maringá, no Noroeste do Paraná, está causando o acúmulo de resíduos residenciais e comerciais em alguns pontos da cidade. O problema ocorre há uma semana, depois que um termo de cooperação que possibilitava a execução do serviço por detentos do regime semiaberto da Colônia Penal Industrial foi cancelado pela prefeitura do município. Cerca de 70 presos realizavam a coleta.
De acordo com a prefeitura de Maringá, o convênio com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do estado (Seju-PR) foi suspenso na segunda-feira (4). A justificativa foi uma ação policial realizada no setor da Secretaria de Serviços Públicos, considerada "descabida" pela administração municipal.
Na ocasião, quatro detentos que faziam parte do programa teriam sido presos pela Polícia Militar (PM) por portarem objetos suspeitos de roubo, incluindo armas e drogas. A informação sobre a prisão não foi, no entanto, confirmada pela PM. Por meio de sua assessoria de imprensa, a prefeitura de Maringá confirmou apenas o cumprimento de mandado judicial, mas não especificou quantos foram nem por qual motivo.
Mesmo assim, o órgão municipal defendeu que não existia "motivo de uma ação policial ser realizada no local onde estão muitos outros trabalhadores, sem problemas com a Justiça".
A prefeitura de Maringá constata o problema na coleta de lixo da cidade, mas diz que, desde o dia do rompimento do contrato com a Seju, vem remanejando servidores de outras áreas, como arborização e pavimentação, para suprir parcialmente a deficiência. Contudo, de acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, não há servidores suficientes para cobrir a demanda, o que provoca as falhas no serviço. No máximo, 40 funcionários conseguem ser deslocados diariamente.
Para sanar o problema, a prefeitura informou que em até 15 dias uma nova empresa deverá iniciar os trabalhos no município. Os trâmites para a contratação emergencial da nova prestadora do serviço já estão sendo tomados.
Procurada, a Seju confirmou o fim do contrato com a prefeitura de Maringá, e disse que mantém ainda interesse em negociar com a administração pública da cidade um novo termo, para dar continuidade ao trabalho de ressocialização. Entretanto, este novo acordo teria de ser feito de uma maneira que possibilitasse uma maior fiscalização sobre os detentos.
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