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Alegria da criançada, o fim das aulas e a chegada das férias de verão podem ser motivo de desespero para muitos pais, especialmente os que não conseguem conciliar o período de descanso laboral com o recesso letivo dos filhos.

Boas opções podem ser deixar os pequenos em casa de parentes, contratar babás ou recorrer às colônias de férias. Especialistas alertam que o tempo livre da criança deve ser muito bem ocupado, e que muitas vezes é necessária a adequação da rotina familiar.

A professora de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Leda Mariza Bernardino – doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano da Universidade Federal de São Paulo (USP) –, cita os acampamentos realizados em países da Europa e nos Estados Unidos como alternativas para o planejamento familiar a longo prazo. "A sociedade brasileira ainda não tem muitas alternativas de acordo com o ritmo de vida que levamos. A cultura em recorrer às babás e familiares ainda é muito forte."

A decoradora de interiores Luciana Baggio, 36 anos, já sentiu na pele as angústias desse descompasso. Durante muito tempo, quando sua filha Catherine, 10 anos, era menor, ela precisava deixar de trabalhar para dar atenção à menina. "Essa época do ano é a mais corrida para mim, e eu tinha que dispensar serviço mesmo", diz.

Já a engenheira florestal Iolanda Soresini, 38 anos, recorre à mãe quando não tem com quem deixar a filha Marina, de 6 anos. "Não é só nas férias, viajo muito e é comum eu ter que ficar uma semana fora. Mas cada um com seus compromissos", afirma.

As duas mães, assim como outras, se renderam às colônias de férias. Há três anos, Luciana atende aos pedidos de Catherine para participar das atividades programadas pelo próprio colégio em que estuda. Ela se diverte entre um mergulho na piscina (com direito a tobogã aquático) e outras brincadeiras.

"Eu prefiro ficar mais um tempo na escola do que em casa, sem fazer nada. Aqui pelo menos eu me divirto", diz.

Iolanda, por sua vez, trocou a colônia da escola por outra, programada por uma empresa especializada. "Acho que as crianças cansam um pouco da escola. Agora sinto que ela está se socializando mais e acabou resolvendo um problema meu também", afirma.

A doutora em Educação Física e Lazer Simone Recchia, coordenadora de um projeto de pesquisa sobre escola e espaço lúdico na Universidade Federal do Paraná (UFPR), chama a atenção dos pais sobre como ocupar de maneira produtiva esse tempo de descanso da escola. "A proposta da colônia de férias na sua essência é muito boa, mas o ideal seria que ocorresse fora do ambiente da escola, que pode propor atividades itinerantes de lazer", sugere.

Decisão

Tanto Simone como Leda orientam os pais a optar por programações que tenham cunho pedagógico, promovam a socialização e a descoberta de brincadeiras incomuns no cotidiano. A vontade dos filhos também deve ser respeitada, e a decisão pelas atividades tomada em conjunto. "Tem pais que entendem como depósito de crianças. Férias são um momento da desobrigação, e a colônia não deve ser compreendida como tal, senão perde o seu sentido lúdico e de crescimento pessoal", resume Simone.

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