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Cansados com a falta de segurança e os inúmeros assaltos que atemorizam a zona rural de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, moradores e colonos do bairro Roça Velha estão a um passo de se armarem para conter eles mesmos a ação dos bandidos. Antes de organizar o grupo, eles aguardam posicionamentos da Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp) e das polícias Civil e Militar para inibir a criminalidade no local. Autoridades e 120 famílias vítimas de assaltos se reúnem no final da tarde de hoje, na Igreja da Roça Velha, para discutir o problema.

Sábado, cinco homens acusados de cometer diversos assaltos no bairro foram presos após fazerem mais duas vítimas. Além do roubo, eles também seriam responsáveis por torturar os reféns. Terça-feira, a polícia chegou a seis mulheres que também teriam participação no grupo (leia matéria ao lado). Os policiais estimam que cerca de três chácaras da região eram assaltadas diariamente nos últimos três meses. Até o final da tarde de ontem, 65 vítimas já tinham prestado queixa na delegacia local. Os acusados foram reconhecidos por 20 vítimas. Outras 15 pessoas identificaram objetos roubados que estavam com o grupo.

Socorro

"Não é só essa gangue que foi presa. Existem outras. A gente continua vivendo esse dilema. Sabemos que seremos assaltados", revolta-se o empresário Guaraci José Terlecke, um dos representantes dos moradores. Ele explica que desde a época em que os assaltos na localidade se intensificaram, os colonos têm se organizado para trocar informações e prestar socorro quando necessário.

Foi dessa forma que eles conseguiram levar a polícia até o grupo. "Bloqueamos os acessos à BR-277 com tratores e caminhões. Eles conseguiram chegar até a rodovia e iniciamos uma perseguição", relata a moradora Maria Inês Terlecke. Os colonos conseguiram avisar a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que fez a abordagem do veículo e prendeu o quinteto. "O caminhão estava cheio de objetos roubados e tinha dois reféns dentro, o motorista e um ajudante", relata Maria Inês.

Os colonos reivindicam módulos policiais na zona rural para reforçar o policiamento. Esta não é a primeira vez que pedem ajuda. Antes de se pronunciar, a Secretaria de Segurança Pública deve analisar os pedidos dos moradores. "Se eles não oferecerem mais segurança, iremos montar uma milícia armada", afirma Maria Inês. Ela teve a casa roubada em 9 de dezembro de 2006 por seis homens armados – apenas um deles já está preso. "Tudo o que eu construí em 15 anos eles levaram em três horas", lamenta.

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