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A Linguística, assim como diversas campos do conhecimento, é dividida em áreas que se especializaram em enfocar seu objeto de investigação por um determinado ângulo. Só para lembrar, o objeto estudado pela Linguística é a língua. Só para lembrar mais uma vez: a língua está a milhas de distância das considerações simplistas e preconceituosas que encontramos em boa parte do material que enche estantes das livrarias com títulos do tipo "não erre mais" e "português fácil".

A Sociolinguística, um dos campos de investigação mais importantes da Linguística, tornou-se, por mais de um motivo, uma área muito atrativa. Uma razão bem simples: os acadêmicos de Letras, assim como quase todos os acadêmicos dos demais cursos, entram na faculdade com uma visão bastante equivocada sobre o funcionamento da nossa língua. Tudo para eles se resume no certo e no errado, no pode e não pode. Pois bem. Quando têm contato com a Sociolinguística, os estudantes começam a entrar em um admirável mundo novo da língua. Percebem que o certo e errado só funciona em programas de soletração ou quando estamos prestes a ganhar um milhão de reais. A língua é, gostemos ou não, um conjunto de variedades as quais se explicam conforme a classe, o sexo, a idade, a profissão, a região do falante. Há outras variáveis, evidentemente.

Mas a história não para aí. Uma coisa que fica muito clara nos estudos sociolinguísticos é que os fatores sociais não andam isolados de fatores internos da língua. Por exemplo, um brasileiro que fala "teia" e não "telha" não vai falar "felha" no lugar de "feia". Do mesmo modo, alguém que fala "eles foi" não fala "ele foram". Por quê? Porque a gramática da nossa língua (não as gramáticas normativas) impede esse tipo de arranjo. Isso é fato e não se trata de gosto ou não gosto.

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