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Esta coluna está sendo publicada um dia depois de dezenas de milhares de estudantes terem realizado a prova da primeira fase do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e cinco dias antes de milhões de jovens começarem a enfrentar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Menciono esses dois eventos para refletir sobre alguns rumos produtivos do ensino de língua portuguesa.

Tanto o vestibular da UFPR quanto do Enem sinalizam claramente que o ensino de língua deve estar focado no trabalho com os mais variados gêneros de linguagem. No dia a dia, temos contato com diversos registros escritos: gráficos, charges, reportagens, propagandas, poemas, músicas, textos jurídicos, mapas, textos filosóficos, bulas etc. Dependendo da atividade que exercemos, é claro que acabamos nos especializando em apenas alguns desses gêneros. Mas cabe à escola a tarefa de formar cidadãos capazes de interagir criticamente com o maior número possível de textos que permeiam nosso cotidiano.

Outro aspecto que se destaca nesses dois exames é a ênfase da­­da à capacidade de o estudante ler, comparar, sintetizar, de estabelecer relações. Creio não cometer heresia ao afirmar que a leitura é mais importante que a escrita. Mesmo porque os melhores redatores sempre são os que leem melhor, com mais apuro, com mais senso crítico. Meus melhores alunos nunca fugiram à regra. Os gênios não seguem exatamente o caminho dos simples mortais. Mas eles são exceções. E por isso não servem de exemplo.

Não sou insensível ao desgaste físico e sobretudo emocional dos estudantes. Mas, caso a escola consiga dar conta de sua tarefa, a jornada desse pessoal será realizada sem traumas. Ou pelo menos sem trauma tão grave a ponto de um adolescente recusar convite para ficar uns dias na praia em pleno mês de janeiro.

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