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De vez em quando recebo e-mails me cobrando esclarecimentos sobre afirmações feitas em colunas mais antigas. Já publiquei mais de 100 e todas estão na internet perpetuando dúzias de impropriedades. E foi como "lamentável e indesculpável erro" que uma professora de português classificou um elogio que eu teria feito ao "internetês", essa linguagem usada por milhões de internautas em ferramentas do tipo MSN.

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Fiquei um bom tempo procurando essa coluna, mas sem sucesso. Entretanto, confio na minha memória e afirmo que não foi bem isso que eu escrevi. Ou como diziam meus alunos: "Não foi bem isso que eu quis dizer".

Sinceramente, não vejo nenhuma razão para elogiar ou para criticar o "internetês". Ape­nas compreendo tratar-se de uma linguagem eficiente e indispensável a contextos próprios da internet, como, por exemplo, a rapidez exigida na troca de mensagens e a necessidade de síntese que exige o Twiter.

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Se usado em contexto inadequado, o "internetês" deixa de ser eficiente e pode se transformar em enorme equívoco. Mas isso se aplica a outras linguagens também, ou, se quisermos, a outros registros escritos. Sabemos que não existe e nunca existiu registro escrito que sirva para a cidade e para o mundo. Alguns são adequados a dezenas de quarteirões, outros a poucas casas, às vezes a dois ou três cômodos. O "internetês" atravessa eficientemente muitos quarteirões, mas tem acesso negado ao próximo prédio.

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