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Muita gente já anda dividindo a história contemporânea em antes e depois da internet. Divisões desse tipo devem deixar historiadores arrepiados, mas como princípio didático, digamos assim, servem para assinalar a mudança radical verificada na rapidez com que temos acesso a informações. Como toda e qualquer outra tecnologia, a internet não é intrinsecamente boa nem má. Depende da forma que a usamos. E é aí que surge a questão: como estamos usando a internet para melhorarmos nosso nível de informação sobre os assuntos que mais nos interessam?

De modo geral, é possível afirmar que todo o seu potencial informativo ainda é subutilizado. Assim como subutilizadas são as bibliotecas.

Vamos pensar em um caso concreto. Meu professor de literatura pediu um trabalho sobre "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Se eu for à Biblioteca Pública do Paraná (BPP), terei à minha disposição alguns livros que falam sobre o assunto. Já no Google, terei milhares de links me conectando com ao tema. O problema é que existem desde ensaios de estudiosos da obra de Machado até resumos, macetes, dicas e bobagens sobre o "bruxo do Cosme Velho". Na BPP também temos coisas boas e coisas ruins, mas em proporção menor.

De pouco adianta estarmos na maior biblioteca do mundo se não somos capazes de, no mínimo, saber como os livros são organizados nas prateleiras. O mesmo vale para a internet: se não estou bem preparado para acessar informações sobre determinado assunto, talvez saia pior do que entrei. Porque agora sei muita coisa, mas sem qualidade, sem profundidade.

Penso que sempre devemos comemorar quando somos informados de que mais e mais brasileiros estão tendo acesso à internet. A comemoração ficará melhor ainda quando isso se traduzir em ganho significativo na nossa capacidade de nos inteirar dos assuntos de nosso interesse.

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