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Folheando uma revista semanal, uma leitora bateu os olhos na palavra "autossugestão" – e estranhou. Não seria "auto-sugestão", com hífen?

As duas formas estão corretas, mas somente a primeira (sem hífen) aparece nos principais dicionários da nossa língua lançados a partir de 2009, quando passaram a valer as novas regras ortográficas. Até 31 de dezembro deste ano ainda são válidas as formas "antigas". Façamos uma pequena atualização sobre o uso do hífen em palavras formadas por prefixos.

O primeiro e mais importante passo obedece à seguinte generalização: os opostos se atraem, os semelhantes se repelem e o "h" não se junta com ninguém. Os opostos e os semelhantes são a última letra do prefixo e a primeira letra da palavra após o prefixo.

Um exemplo de palavra que está em quase todas as esquinas: autoescola. Nessa composição temos o prefixo auto, que termina em "o", e o termo escola, que começa com "e". São letras diferentes? Se a resposta for sim (e é), deixamos tudo grudado, aglutinado. Esse raciocínio é geral, também válido para consoantes. Eis um exemplo de palavra que já era aglutinada antes das novas regras: hipermercado.

Agora, um caso em que se encontram duas letras iguais: micro-ondas, palavra composta de micro, que termina em "o", e ondas, que começa com "o". Usamos o hífen. Por fim, o "h" tem vida própria na nossa língua. Sendo assim, continuamos grafando super-homem e hiper-homenagem.

Vamos voltar à palavra que trouxe desconforto às retinas da leitora. Em "autossugestão" prevalece a regra de juntar os diferentes. Apenas lembrando que, nesse caso, devemos dobrar o "s" por estar entre duas vogais: autossugestão e antissocial. Aí estendemos essa regrinha ao "r": autorretrato e antirrugas.

Até aqui demos conta de 98% dos casos de hífen. Na próxima coluna falo de algumas poucas exceções: ex, vice, pós, pré, sem. E mais uma meia dúzia de prefixos rebeldes.

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