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O assunto sugerido pelo leitor é o uso de "o mesmo" (a mesma, os mesmos e as mesmas) em construções como estas: 1) Os vereadores precisam reagir rapidamente; em vez disso, parece que "os mesmos" estão paralisados. 2) Não é a primeira vez que a empresa é eleita uma das melhores do setor. Em 2009, "a mesma" ficou entre as três primeiras.

É errado usar esse pronome para fazer retomadas como nas duas frases? Um professor de português disse que é errado, mas muitas pessoas usam. E agora?

Claro que podemos ficar dias e páginas falando sobre a noção de erro. Mas vou fazer um desvio e sintetizar a questão assim: trata-se de uso condenado pelos instrumentos normativos da nossa língua escrita.

O Dicionário de dificuldades da língua portuguesa, do Ce­­galla, dá um tom mais ameno: "Evite-se empregar ‘mesmo’ como substituto de um pronome, em frases do tipo" (seguem exemplos). Já o Manual de Redação e Estilo de O Estado de S. Paulo adota a linha mais comum dos instrumentos normativos: "É condenável o uso". E mais à frente: "Estão vetadas construções etc."

Eu vou seguir nesta coluna a posição que tenho assumido como consultor de língua portuguesa, como professor e também colunista: eu não uso. Um pouco por achar desnecessário e muito porque obedeço a vários comandos normativos sem nenhuma consciência de culpa.

O emprego de "o mesmo" nas duas construções deixa claro o desejo de se dar mais clareza ao texto, mais coesão, evitar ambiguidade. No entanto, em quase 100% dos casos ele é desnecessário. Veja: 1) Os vereadores precisam reagir rapidamente; em vez disso, parece que (...) estão paralisados. 2) Não é a primeira vez que a empresa é eleita uma das melhores do setor. Em 2009, (...) ficou entre as três primeiras.

Quando queremos dar mais clareza, é possível usar o pronome "ele", "ela" – como na última frase: "Em 2009, ela ficou entre as três primeiras".

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