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Já toquei no assunto mais de uma vez e talvez volte a falar outras tantas. Mas acontece que não resisto. Dia desses participei de um fórum – desses tantos da internet – cujo assunto era a nossa língua. Mensagem ia, mensagem vinha, e invariavelmente a tônica era a mesma: como essa língua é difícil. E agora com as novas regras de ortografia a coisa parece ter piorado! Um dos participantes mencionou a "racionalidade" do inglês (só não sei se do inglês do Interchange ou de James Joyce). Nossa língua em compensação é cheia de exceções, de irregularidades, etc., etc.

De fato, nossa língua se mostra bastante complexa quando nos propomos a estudá-la com, digamos, uma curiosidade mais científica. Há pesquisas sobre fonologia, semântica, pragmática, por exemplo, que, pelo menos para mim, são quase impenetráveis. Creio, no entanto, que minha ignorância em relação a certos recortes de pesquisa sobre o "objeto língua portuguesa" seja parecido com a ignorância de tantos biólogos em relação ao campo de estudo deles. É impossível saber tudo sobre qualquer que seja a área em que nos formamos. Mas também sobre culinária, motores de caminhão e jardinagem. Alguma coisa sempre nos escapa.

Claro que o assunto nesse fórum não era sobre a língua como objeto de pesquisa, mas essa que falamos no nosso dia-a-dia e, quando muito, a que escrevemos, inclusive na internet. Bobagem. Se a dificuldade está em saber mais sobre crase, basta pegar uma boa gramática (a do Bechara, por exemplo) e estudar uma matéria chamada regência. Se a complexidade reside em saber exatamente como se conjuga o verbo "pôr", novamente basta consultar o Bechara.

Mesmo não sendo "cientistas", um pouco de curiosidade não fará mal àqueles que compram e reproduzem o discurso de que a língua é para poucos.

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