Hoje procuro responder ao comentário de uma leitora acerca de uma coluna em que eu defendia que o jornal pode figurar como um dos muitos materiais de leitura em sala de aula. Com razão, a leitora aponta a parcialidade de alguns jornais sobre determinados assuntos, o que, segundo ela, "poderia ser uma forma de os alunos serem manipulados". Na impossibilidade de aprofundar todos os pontos que essa afirmação enseja, detenho-me pontualmente sobre a parcialidade dos jornais.
Jornais têm posições bem definidas sobre os mais variados assuntos: modelo econômico, religião, relações exteriores, política, cultura, movimentos sociais, verbas públicas para financiamento de campanha, união homossexual, cotas para negros em universidades públicas e assim por diante. As próprias pautas definidas pelos jornais já apontam para certa direção: alguns temas são priorizados. E é justamente pelas posições que tomam sobre determinados temas que os jornais têm a preferência deste ou daquele leitor. Leitores fazem escolhas baseadas em valores. Ademais, não se deduza do que se disse que a parcialidade, entendida nos termos apresentados, constitui impedimento para que os jornais façam um trabalho exemplar, ético, investigativo e transparente.
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